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Irmã diz: “A única maneira de calar Marielle era matando”

Anielle Franco, irmã da vereadora, discursou durante homenagem à Marielle na Câmara dos Deputados, em Brasília

Gabriela Doria - 22/03/2018 17h49 | atualizado em 22/03/2018 18h04

Uma sessão solene na Câmara dos Deputados, em Brasília, homenageou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, assassinados a tiros no dia 14 deste mês, no Rio de Janeiro. Durante a homenagem, a irmã de Marielle, Anielle Franco, cobrou justiça das autoridades.

– A única maneira que eles tinham de calar minha irmã era matando. Foi um crime covarde, muito bem feito, mas que a gente espera e urge por Justiça. Ninguém esperava essa repercussão toda. Nem quem fez esperava por isso – declarou Anielle.

Irmã e companheira de Marielle Franco participaram de sessão solene em homenagem à vereadora Foto: Câmara dos Deputados/Luis Macedo

Na tribuna, ao lado de Anielle, estava Mônica Benício, companheira da vereadora. Em um discurso emocionado, a arquiteta exigiu a apuração do que ela classificou como “crime bárbaro”.

– As autoridades brasileiras competentes não devem só a mim a satisfação do que aconteceu com a minha mulher, porque isso não vai trazê-la de volta, mas devem ao mundo o respeito e a satisfação do que aconteceu nesse crime bárbaro – afirmou.

Mônica também também destacou a repercussão que o caso tomou.

– A Marielle tinha urgência de vida e pulsava luta, e isso está sendo demonstrado no Brasil e no mundo. Isso não pode ser calado com a morte dela. A luta dela não terminou com a morte dela, com a ausência física dela. Ela se transformou em um símbolo de esperança – disse.

O encontro desta quinta-feira (22) faz parte da primeira celebração no Brasil do Dia Internacional do Direito à Verdade sobre Graves Violações aos Direitos Humanos e da Dignidade das Vítimas. A sessão foi presidida pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), responsável pela inclusão da data no calendário nacional.

O caso
A vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros, na noite do dia 14 deste mês, no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça e Anderson morreu com três tiros nas costas. A principal linha de investigação da polícia é a de crime de execução.

Marielle Franco deixou uma filha, Luyara Santos, e a companheira, Mônica Benício. Já Anderson deixou a esposa, Agatha Arnaus, e um filho de 1 ano.

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