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Internada em UPA com dengue, mulher cai e sofre traumatismo

Cidalva Guedes se jogou de janela durante "delírio" e se encontra em estado "gravíssimo"

Thamirys Andrade - 13/03/2023 11h56 | atualizado em 13/03/2023 17h56

Cidalva Prates Guedes Foto: Arquivo Pessoal

Uma mulher de 53 anos foi internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Ceilândia, no Distrito Federal, para tratamento de dengue, mas acabou em estado gravíssimo após pular de uma janela do hospital durante um “delírio”. Em decorrência do ato, Cidalva Prates Guedes sofreu traumatismo craniano e hemorragia cerebral.

De acordo com a família, houve negligência por parte da equipe médica. Os parentes apresentaram queixa na 19ª Delegacia de Polícia (P Norte), pontuando que se o hospital “proíbe acompanhantes, a custódia é deles”.

– A gente deixou a nossa mãe lá, bem, para se curar de uma dengue. E minha mãe saiu de lá com traumatismo craniano, porque não cuidaram dela. Não cuidaram dela. Deixaram ela pular. Segundo eles, por um delírio. Mas, se uma pessoa está com delírio, por que não amarra, não contém, não ficam olhando? (…) Eles deveriam ter cuidado, fechado a janela. Por que aquela janela não tinha uma trava, uma tela? É inacreditável – lamentou a filha de Cidalva, Andressa Guedes Araújo, de 33 anos, em entrevista ao portal Metrópoles.

IDAS E VINDAS NO HOSPITAL
O caso teve início no dia 24 de fevereiro, quando a paciente foi diagnosticada com dengue após comparecer a uma unidade básica de saúde (UBS) de Samambaia devido a um mal-estar. Ela foi liberada para que realizasse o tratamento de casa.

Após apresentar dores abdominais e sangramento nasal, Cidalva foi até a UPA de Ceilândia no dia 3 de março, onde chegou a sofrer um desmaio, mas também acabou dispensada após exames e medicamentos para dor.

Por fim, a paciente retornou à UPA devido à evolução do quadro e acabou internada, sem direito a um leito. Cidalva permaneceu em uma poltrona até o dia 8 de março, onde sua fragilidade aumentou, sem que ela pudesse ser acompanhada pela família.

Após reclamações dos parentes e diagnóstico de dengue hepática hemorrágica, ela conseguiu uma vaga na sala vermelha, onde ganhou um leito e seria acompanhada por um médico 24 horas, segundo os enfermeiros.

No dia seguinte da transferência para a nova sala, a família comemorou ao visitar Cidalva e ver que ela estava “ótima”.

– [Ela] riu, tomou um suco. Estava deitada na cama bem. Isso às 17h. A gente saiu feliz. Poxa, minha mãe estava bem, estava ótima. Deixei ela boazinha lá, claro com os problemas da dengue – explicou Andressa.

Entretanto, ao retornarem para visitar a paciente por volta das 20h, os parentes foram informados que Cidalva pulou de uma janela de dois metros de altura durante um delírio, sofrendo apenas um “cortezinho na cabeça”.

Transferida para o Hospital de Base no dia 10 de março, a paciente foi diagnosticada com um quadro muito pior que somente uma lesão. Os médicos constataram que ela sofreu uma hemorragia cerebral que comprimiu o seu cérebro, e pontuaram que Cidalva deveria ter sido intubada imediatamente após a queda.

Janela de onde Cidalva pulou Foto: Reprodução

“DISSERAM QUE A GENTE PODERIA SE DESPEDIR DELA”
Segundo Andressa, os profissionais de saúde disseram que o quadro de sua mãe é irreversível, e ainda que ela sobreviva, ficará com sequelas.

– Disseram que a gente poderia se despedir dela. Falaram que iriam limpar ela do sangue, para a gente, pelo menos, poder dar um adeus para a minha mãe. Os aparelhos estão ligados, porque o coração continua batendo. Mas disseram que praticamente é o último suspiro da minha mãe – declarou.

O QUE DIZ A IGES-DF
Responsável pelas UPAS e também pelo Hospital de Base, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF) negou que tenha ocorrido omissão médica.

– A paciente não apresentava um quadro que necessitasse de contenção, pois não apresentava sinais de agitação ou de violência. Dado momento em que a equipe da sala vermelha prestava assistência a outro paciente da mesma sala, a equipe ouviu o barulho e quando foi ao leito a paciente havia se jogado da janela. No mesmo momento, a equipe prestou toda assistência à paciente, reavaliou a mesma e, posteriormente, a encaminhou e solicitou uma tomografia e um parecer da neurocirurgia do Hospital de Base – argumentou.

Eles afirmam que foi prestada “assistência em todo período de permanência da paciente na unidade”, e pontuam que irão tomar providências para que o caso não se repita.

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