Homem que teria matado dois em assentamento do MST é preso
Detido por envolvimento no crime seria conhecido dos sem-terra
Pleno.News - 12/01/2025 09h21 | atualizado em 13/01/2025 16h25

A Polícia Civil anunciou que prendeu, neste sábado (11), um homem suspeito de ter participação em um ataque que levou à morte de dois sem-terra e feriu outros seis em Tremembé, no interior de São Paulo. Segundo relato do delegado Marcos Ricardo Parra, chefe da seccional de Taubaté, o preso teria admitido envolvimento no caso. O detido é Antonio Martins dos Santos Filho, apelidado de Nero do Piseiro.
O homem preso tem 41 anos e teria sido apontado por sobreviventes do ataque que o viram no local. Durante a ação, o grupo não usou máscaras e o homem identificado é conhecido dos sem-terra.
– Ele confessou o crime. Não só confessou, como ele está indicando onde podem ser encontradas as demais pessoas [que participaram do ataque]. Além de confessar o crime, ele foi reconhecido por algumas das vítimas e testemunhas. A gente trabalha na condição de certeza da participação dele – disse o delegado Marcos Parra à TV Vanguarda, afiliada da Globo na região.
A Polícia Civil ainda tenta identificar os demais envolvidos no ataque ao assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). O governo federal acionou a Polícia Federal para também investigar o caso. A ordem partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Altamir Bastos, assentado no Nova Esperança 1, em São José dos Campos (SP), e dirigente regional do MST, diz que o conflito começou por causa da tentativa de invasão de um lote identificado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como desocupado. Segundo ele, nos últimos dias, os invasores notaram que o lote estava desocupado e tentaram se apropriar dele.
– Durante a semana, eles já tinham ido lá e retirado a bomba do poço que abastecia todo o assentamento – contou Altamir.
Na noite da última sexta-feira (10), o dirigente recebeu uma ligação de uma assentada relatando o ataque. Ao fundo, era possível ouvir o som dos tiros.
– Nós tínhamos 15 pessoas fazendo a vigília no lote. Por volta das 23h15, chegaram cerca de cinco carros com esses marginais, que desceram do carro literalmente atirando. Eles estavam atirando para matar, mirando na cabeça – relata ele.
Segundo Altamir, integrantes do movimento levaram os feridos ao hospital. A polícia e a ambulância chegaram logo em seguida.
*AE
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