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Homem espancado no Carrefour morreu por asfixia, aponta laudo

Delegada responsável pelo caso, Roberta Bertoldo, disse não ter indícios de se tratar de um caso de racismo

Pleno.News - 20/11/2020 18h09 | atualizado em 20/11/2020 18h11

Homem negro é espancado e morto por segurança e PM em Carrefour de Porto Alegre Foto: Reprodução

João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, pode ter sido morto por asfixia, conforme indicou o primeiro resultado da necropsia realizada pela perícia em Porto Alegre (RS). O homem foi espancado por seguranças do hipermercado Carrefour, na noite desta quinta-feira (19).

Após colher os primeiros depoimentos, a delegada responsável pelo caso, Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, recebeu, na tarde desta sexta-feira (20), os médicos legistas para elucidar as causas da morte de João Alberto. Durante as agressões, a vítima também foi imobilizada pelos vigias, com o joelho de um deles nas costas.

– O maior indicativo da necropsia é de que ele foi morto por asfixia, pois ele ficou no chão enquanto os dois seguranças pressionavam e comprimiam o corpo de João Alberto dificultando a respiração dele. Ele não conseguia mais fazer o movimento para respirar – informou.

Além dos dois presos envolvidos na morte de João, a delegada adianta que outros envolvidos estão sendo investigados por omissão de socorro.

– Duas ou mais pessoas podem ser implicadas por não terem impedido que as agressões continuassem. Foi uma ação completamente desproporcional e atípica para pessoas que exercerem essa atividade – disse Roberta Bertoldo.

A delegada, porém, disse não ter indícios de se tratar de um caso de racismo.

– Até este momento, não deslumbramos nada de cunho racial. Não temos nenhum indicativo por essa motivação – disse.

A informação preliminar de que João Alberto teria sofrido um ataque cardíaco enquanto era agredido pelos vigilantes não pôde ser constatada pela perícia. Dois seguranças terceirizados do Carrefour, Giovane Gaspar da Silva, policial militar temporário, e Magno Braz Borges foram levados para prisão. Os dois serão indiciados por homicídio triplamente qualificado – por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Polícia Federal vai suspender carteira de vigilante
A Polícia Federal informou que irá suspender a carteira nacional de vigilante de Magno Braz. A PF esclareceu que ele atua como segurança profissional, mas “não há registro na Polícia Federal de seu vínculo profissional com a empresa contratante. A Carteira Nacional de Vigilante, documento expedido pela Polícia Federal, será suspensa”. A PF também pontuou que o PM envolvido no assassinato não possui Carteira Nacional de Vigilante.

A instituição confirmou que o Grupo Vector está com cadastro regular e foi vistoriada no fim de agosto, não tendo sido identificadas irregularidades em seu funcionamento. Em função do crime, será feita fiscalização extraordinária na empresa pela Polícia Federal.

*Estadão

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