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Homem é linchado até a morte após falsa acusação de estupro

Mãe e filha foram presas por envolvimento em morte de homem

Gabriela Doria - 28/10/2021 19h44 | atualizado em 29/10/2021 12h44

Mãe e filha foram presas por falsa acusação de estupro que terminou em morte Foto: Divulgação/Polícia Civil do ES

Duas mulheres foram presas suspeitas de serem autoras de uma falsa denúncia de estupro contra um homem de 49 anos, que acabou sendo espancado até a morte por populares, em Vitória, no Espírito Santo. Miguel Inácio Santos Filho foi morto em junho deste ano.

As suspeitas foram identificadas como Bruna Hoffman, de 26 anos, e a mãe dela, Lucineia Pereira da Silva, de 50. Elas foram presas em setembro deste ano, mas somente nesta quinta-feira (28) a Polícia Civil deu mais detalhes sobre o caso, durante coletiva de imprensa.

De acordo com o delegado Daniel Fortes, responsável pela investigação, a vítima teria marcado um programa com Bruna, e os dois tinham combinado um valor. Após o encontro, os dois discutiram sobre o preço.

Segundo a polícia, Miguel aceitou pagar o valor extra cobrado pela jovem, mas, logo em seguida, ele retornou à casa onde ocorreu o programa, para tirar satisfações. Aos gritos, ele arremessou uma pedra na janela, mas quem estava na residência era a mãe da garota, Lucineia.

A partir do desentendimento, Bruna e a mãe espalharam na região o boato de que Miguel era estuprador, enfurecendo populares.

– Quando Bruna retorna, ele toma distância considerada. Ela pega uma madeira e vai em direção à vítima. Ele corre para fugir da Bruna e da mãe, que estava com ela. Ela resolve gritar que ele era estuprador e teria mexido com duas crianças na região – contou o delegado.

Ainda segundo Fortes, incitados pela denúncia, moradores seguraram a vítima e a espancaram até a morte. Bruna e Lucineia também participaram do linchamento. A mãe usou uma enxada, e a filha, um pedaço de madeira. Populares deram pedradas no homem.

– A vítima era trabalhador, inocente. Não tinha praticado nenhum estupro. A Bruna deixa bem claro, em depoimento, que só fez isso para que a população segurasse a vítima, que ela não alcançaria. É mais um inocente [em] que [alguém] é morto por uma notícia falsa. A população não pode fazer justiça com as próprias mãos. Isso fica a cargo do Estado por intermédio das polícias. Não se deixem levar pelo que é falado para fazer justiça – alertou o delegado.

A polícia agora tenta descobrir a identidade das outras pessoas que agrediram Miguel.

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