Ana Luiza Menezes - 25/04/2018 15h12

A Defensoria do Distrito Federal entrou na justiça contra o governo local, solicitando indenização de R$ 60 mil a um homem que foi preso injustamente. Jefferson de Oliveira, que tem retardo mental leve, foi preso no lugar de seu irmão, Jackson Bezerra da Silva.

O irmão do rapaz cometeu um roubo em Anápolis, Goiás, em 2007. Em novembro de 2017, a polícia prendeu Jefferson e ele teve que passar 17 dias no Completo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

Segundo as investigações, Jackson, que é o verdadeiro responsável pelo crime assinou o nome de Jefferson em um termo de compromisso, quando foi preso em flagrante.

Segundo a defensora pública Antônia Carneiro, houve erro da polícia e do Poder Judiciário na investigação do caso. O valor que ela pede é em razão do abalo psicológico sofrido pelo jovem durante sua prisão injusta.

Além do pedido de indenização por danos morais, ainda tramita na justiça o pedido para a retirada de acusação sobre Jefferson. Atualmente, segundo a defensora, consta no sistema a informação sobre o período em que ele passou na prisão.

Segundo a família do rapaz, dentro da penitenciária, ele teria sofrido agressões e discriminação. Os presos pegavam a comida dele e ele ficava com fome. Passados quatro meses da saída do presídio, Jefferson ainda se sente bastante abalado psicologicamente. Ele voltou a tomar tranquilizantes e está sendo acompanhado por psicólogos.

– Pelas coisas que aconteceram, não há dinheiro que pague. Mas, se for uma forma de punir o governo para que adote maneiras de não errar com outras pessoas, é justo sim – afirma Janaína de Oliveira, irmã da vítima, sobre o processo de indenização.

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