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Heleno: “Quem tem que falar sobre Ágatha é o governador”

Ministro afirmou que presidente não pode se intrometer em assuntos locais

Gabriela Doria - 26/09/2019 16h30 | atualizado em 26/09/2019 16h35

General Augusto Heleno defendeu silêncio de Jair Bolsonaro Foto: Agência Brasil/Antônio Cruz

O ministro Augusto Heleno (Segurança Institucional) defendeu nesta quinta-feira (26) o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não ter se manifestado sobre a morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos. Ela foi atingida por um disparo no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, na semana passada.

De acordo com o ministro, o caso deve ser comentado pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e não pelo presidente da República.

– Isso é um problema do governador [do Rio], quem tem que falar sobre isso é o governador. A polícia é dele, o estado é dele, a situação está na mão dele. A apuração é feita lá. Não pode o presidente da República sair emitindo opiniões ou dando palpite nisso aí – defendeu Heleno.

O ministro também acrescentou que Bolsonaro não pode se manifestar sempre que um caso como esse acontece.

– Nós somos uma república federativa. Um acontecimento num estado, como o Rio de Janeiro, fosse o presidente a cada dia comentar sobre acontecimentos do estado, vai acabar se intrometendo onde não foi chamado – disse Heleno.

MORTE DE ÁGATHA
Ágatha foi baleada nas costas na última sexta-feira (20), quando voltava de um passeio com a mãe. A menina estava no banco traseiro de uma Kombi, que estava estacionada para que passageiros desembarcassem.

O caso gerou comoção no Brasil e diversas personalidades e autoridades se manifestaram.

O próprio governador Witzel deu uma entrevista sobre o tema e disse que o caso não pode ser usado como “palanque eleitoral” ou com o objetivo de obstruir votações importantes como o chamado pacote anticrime do ministro Sergio Moro (Justiça).

Augusto Heleno afirmou ainda que é preciso aguardar as investigações do caso e classificou o episódio de “lamentável e cruel”.

Ele, no entanto, disse que “não necessariamente” é verdadeira a versão apresentada pelo motorista da Kombi, segundo quem um policial teria atirado contra dois motociclistas que passaram em alta velocidade ao lado da van.

– Não é necessariamente verdadeira. Porque você está dirigindo uma viatura, toma um tiro por trás e já sabe quem foi? É complicado né? A tendência, quando você toma um tiro num veículo que você está, a primeira coisa é se abaixar. Tentar entrar até debaixo do banco – afirmou o ministro.

O ministro também preferiu aguardar as conclusões da perícia.

– Essas coisas são complicadas, tem que esperar alguma coisa que seja periciada, que tenha fundamento científico. Hoje tem meios para levantar a direção de onde veio o tiro – concluiu.

Já a mãe de Ágatha, Vanessa Francisco Sales, única dos familiares que estava dentro da Kombi quando a menina foi atingida, diz que não viu de onde partiu o disparo, mas que ele veio da direção de onde estavam policiais. Ela se lembra de ter avistado mais de dois agentes.

A Polícia Militar do Rio, por sua vez, diz que um confronto com criminosos ocorria naquele momento.

*Folhapress

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