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Mulher negou que a morte do guarda civil Marcelo Arruda tenha sido motivada por razões políticas

Paulo Moura - 14/07/2022 11h50 | atualizado em 14/07/2022 12h17

Troca de tiros durante festa em Foz do Iguaçu Foto: Reprodução/Câmeras de Segurança

A esposa do policial penal Jorge Guaranho, agente que se envolveu em uma troca de tiros que terminou com a morte do guarda civil Marcelo Arruda, negou que o crime tenha sido motivado por razões políticas. A declaração foi dada por ela em entrevista ao site Brasil Sem Medo. O crime aconteceu durante uma festa de aniversário em Foz do Iguaçu, no Paraná, no último sábado (9).

De acordo com a mulher, o conflito começou quando Guaranho fazia uma ronda pela região. Antes disso, o casal tinha ido a um churrasco em um clube próximo ao local da festa de aniversário de Arruda. Na volta, eles teriam se deparado com a festa e, segundo ela, teriam sido hostilizados em razão de uma música com referência a Bolsonaro que tocava no carro do policial.

– Quando chegamos ao local da festa, percebemos que era um aniversário temático do PT. Quando as pessoas que estavam na festa ouviram o som da música que vinha do nosso carro, se sentiram ofendidas e começaram a gritar. Meu marido fez a volta com o carro, botou a cabeça para fora e gritou: “Bolsonaro mito!”. Nesse momento, o aniversariante pegou um punhado de pedras e terra que arrancou de uma floreira e jogou no meu marido, chegando a acertar em mim, que usei o corpo para proteger o bebê [de dois meses, filho do casal] – relatou.

Na sequência, de acordo com ela, o casal teria deixado o local. No entanto, Guaranho teria decidido voltar por, segundo a esposa, ter se sentido “ofendido demais por ser atacado no clube que ele costumava frequentar por pessoas que ele não conhecia”. A mulher relatou que o policial costumava jogar futebol às segundas-feiras no clube onde aconteceu o aniversário.

– O maior erro do meu marido foi voltar àquele lugar (…). Pedi ao Guaranho para não voltar, mas ele insistiu, queria tirar satisfação. Afinal, ouvir uma música e gritar “Bolsonaro mito” não é crime, até onde se saiba – apontou.

A esposa de Guaranho sustentou ainda que o caso não teve relação com política e diz que o marido, apesar de ser apoiador de Bolsonaro, convive normalmente com pessoas que não gostam do atual presidente da República.

– Minha mãe e meu padrasto já votaram no PT e a relação de amizade deles com o Guaranho é muito forte, nós vivemos juntos. Ele convive normalmente com várias pessoas que não gostam do Bolsonaro. O que aconteceu não tem nada a ver com política. Foi uma situação infeliz e trágica – relatou.

Além disso, a esposa do policial penal ressalta que o marido efetuou quatro tiros, enquanto o guarda civil teria feito 17 disparos. A mulher destacou também que o marido foi agredido quando já estava baleado. Para ela, a história foi “mal contada” por parte da mídia.

– Se você analisar, meu marido tinha uma pistola .40 com 15 munições, e 11 cartuchos estavam intactos – ou seja, ele disparou apenas quatro vezes, sendo que a primeira foi de contenção, na perna do atirador. Marcelo estava com uma pistola 380 com 20 munições, e só sobraram três cartuchos intactos. Isso quer dizer que ele disparou 17 vezes. Os números também falam por si – falou.

Ao final, a esposa de Guaranho lamentou a morte de Marcelo e disse reconhecer que o marido errou. De acordo com ela, tanto sua família quanto à do guarda civil “saíram destruídas” do ocorrido.

– Quero dizer que eu sinto muito pela família do Marcelo Arruda. Sinto muito por essa morte, e não quero dizer aqui que meu marido estava certo. Ele errou. Mas tenho direito de dar a minha versão dos fatos, pois estou muito abalada com tudo isso. Afinal, duas famílias saíram destruídas dessa história – finalizou.

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