Grupo vai a hospital impedir aborto em menina estuprada
Menina foi transferida para Recife para realizar o procedimento
Gabriela Doria - 16/08/2020 21h38 | atualizado em 16/08/2020 22h18
Um grupo de cristãos se reuniu em frente ao Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), no Recife, em Pernambuco, neste domingo (16), para protestar contra a realização do aborto na menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio, em São Mateus, no Espírito Santo.
Os manifestantes se reuniram no local após a ativista Sara Winter divulgar nas redes sociais o nome da vítima e o local onde aconteceria o procedimento. As informações divulgadas por Sara eram sigilosas.
Do lado de fora do hospital, o grupo deu as mãos em oração, entoou palavras de ordem e chegou a confrontar o médico que seria responsável pelo procedimento, chamando-o de assassino.
– Estamos aqui como grupo cristão, pró-vida. A gente não quer permitir isso, vai acontecer aqui o assassinato de uma criança – disse a deputada estadual Clarissa Tércio, que estava com o grupo no hospital.
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A menina começou os procedimentos de aborto neste domingo mesmo. Não é possível saber quanto tempo irá durar o procedimento, uma vez que depende do estado clínico da paciente e dos efeitos da medicação utilizada.
Antes da violência sexual à que foi submetida, a menina já tinha sofrido a morte precoce da mãe e ausência do pai, que está preso.
ABORTO NEGADO
Embora tenha sido abusada sexualmente no Espírito Santo, a menina foi transferida para o Recife, em um voo comercial, porque o hospital referência em aborto de Vitória se negou a realizar o procedimento. A unidade de saúde alegou que ela já está em “idade gestacional avançada”. A vítima está com 5 meses e duas semanas de gravidez.
O hospital não iniciou os procedimentos para a indução do aborto e simplesmente pediu que a menina retornasse nesta semana para uma nova reavaliação, mas ela desenvolveu diabetes gestacional e corre risco de morrer. Se seguir grávida, ela pode contrair outras complicações clínicas, como pressão alta e fissuras no útero, que colocarão sua vida ainda mais em risco.
A Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) também abriu investigação para apurar se a Justiça do Espírito Santo resguardou os direitos da criança durante a condução do processo.
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