Gamer que matou jovem fez ataques ao cristianismo
Ministério Público denunciou Guilherme à Justiça por homicídio doloso qualificado e pediu um exame de insanidade mental
Thamirys Andrade - 26/02/2021 11h55 | atualizado em 26/02/2021 16h47
O jovem de 18 anos que assassinou a facadas uma colega de jogos de vídeo game em São Paulo também fez discursos de ódio à fé cristã. Em um diário de 52 páginas deixado por Guilherme Alves Costa, assassino de Ingrid Oliveira Bueno da Silva, havia planos de executar cristãos.
Nas páginas, o jovem revela fazer parte de um grupo chamado Soldados Contra o Cristianismo, e diz que o crime pretendia apresentar as ideias do grupo e mostrar o que são “capazes de fazer”. Em vídeo gravado por ele mesmo, Guilherme Alves Costa disse que pretendia “atacar o cristianismo em seu próprio nome”.
Nesta quinta-feira (25), o Ministério Público (MP) denunciou Guilherme à Justiça por homicídio doloso qualificado, por motivo fútil e meio cruel. Se a denúncia for aceita, o jovem, que já se encontra em prisão preventiva, vai se tornar reú no processo. O promotor Fernando Cesar Bolque pediu ainda a realização de um exame de insanidade mental.
Guilherme, contudo, alega estar completamente consciente do que fez e garante que cometeu o homicídio porque assim desejou.
– Minha sanidade mental tá (sic) completamente apta. Eu quis. Eu quis fazer isso – disse na delegacia.
O CRIME
Ingrid e Guilherme se conheceram na internet há cerca de um mês, em partidas de jogos online. Os dois integravam equipes rivais do jogo Call of Duty (Cod). A moça era conhecida como Sol e participava do time FBI E-Sports, e o rapaz era conhecido Flash Asmodeus e integrava o Gamers Elite.
Na última segunda-feira (22), os jovens se encontraram na casa de Guilherme. Ingrid pediu um atestado no trabalho para ir até lá, escondida dos pais. Ela foi morta a golpes de faca e espada no local, apresentando “inúmeros e cruéis ferimentos”, diz a denúncia. O documento do MP acrescenta ainda que o assassino tentou degolar a vítima.
O rapaz gravou um vídeo do crime e publicou na internet. O conteúdo foi removido das plataformas.
– Vocês ‘tão (sic) achando que é tinta, montagem, mas não é. Eu realmente matei ela. Eu tenho um livro também. Pedi pra um pessoal divulgar – diz ele no vídeo, referindo-se a um diário de 52 páginas, no qual ele descreve seus dias, expressa seus ódios e afirma que não gosta de ninguém.
Quando questionado sobre o porquê de ter cometido o homicídio, ele disse que a jovem havia “atravessado o seu caminho”.
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