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Florista faz linda homenagem à noiva Alinne Araújo

Jovem sofria de depressão e se matou após casar com ela mesma

Henrique Gimenes - 18/07/2019 20h06 | atualizado em 18/07/2019 21h48

A responsável por fazer o buquê de casamento para a noiva Alinne Araújo, que se matou após ter casado consigo mesma, utilizou suas redes sociais para fazer uma homenagem à jovem. Em sua conta do Instagram, Natália Silvestre Buquês falou sobre a falta de empatia com a jovem.

O caso de Alinne ficou conhecido após ela casar sozinha após ter sido abandonada pelo noivo um dia antes do casamento. A jovem publicou o relato em suas redes sociais, assim como fotos do casamento com ela mesma.

Após a história dela se espalhar, a jovem ganhou apoio mas também foi criticada. Alguns seguidores dela no Instagram a acusaram de ter usado o evento para se promover, o que foi negado por Alinne. Na segunda-feira (15), porém, ela cometeu suicídio ao se jogar da janela do apartamento em que morava.

Alinne sofria de ansiedade e depressão.

Leia a homenagem feita pela florista:

Fizemos esse buquê para a Alinne. Ontem ficamos apreensivos por ela. Quando ela recebeu o buquê, a sua mãe quis que trouxéssemos ele de volta e ela disse que não. Que era o buquê mais lindo, o buquê da vida dela. E se emocionou. Ela amava flores, a Su nos disse. Tivemos esse privilégio de ter feito esse buquê pra ela. O buquê dos seus sonhos.

Quanto de empatia se pode encontrar no silêncio?

Quanto mais reflito, mais tenho certeza do valor que existe no silêncio. Apesar de falastrão, quando se trata de questões mais sérias, profundas e/ou delicadas, o silêncio é meu companheiro.

Uma pergunta foi feita e ela precisa ser respondida. E a empatia?

Vivemos tempos em que as pessoas têm opiniões muito bem formadas, por si ou por outros, certas ou erradas. Mas o que me chama a atenção é que existe uma necessidade incompreensível de expressar essa opinião.

É bem verdade que devemos ter nossas opiniões respeitadas pelos outros, mas isso não quer dizer que temos que externá-las sem pudor. Uma opinião mal dada é nociva, extremamente corrosiva.

As vezes, a melhor coisa que você pode fazer é ser egoísta e guardar sua opinião pra você. Abrace esse paradoxo!

Quando um amigo quiser desabafar, não dê opinião, ouça. As vezes as pessoas precisam externar. Não se torne protagonista de um problema que não é seu. Isso é empatia.

Quando vir algo de ruim acontecer a alguém “mau”, não dê opinião, se compadeça. Sofrimento é sofrimento pra quem quer que seja. Se não for possível, se abstenha. Isso é empatia!

Se alguém se propõe a fazer algo, que você não se propôs a fazer, e não obtém 100% de sucesso, não critique, contribua. Uma opinião negativa não é necessária, ajuda, sim. Isso é empatia!

Creio que há, sim, muita empatia no silêncio, mas temos vivido dias muito barulhentos. Uma sociedade que muito fala e pouco ouve. Bocas abertas e ouvidos selados.

Se eu estiver certo -posso não estar e isso seria bem normal-, a falta de empatia de uns para com os outros explica o porquê de tantas pessoas gritarem por socorro e não serem ouvidas. Não experimentam o silêncio.

AJUDA
No Brasil, a Organização Mundial da Saúde considerou o suicídio como um grave problema de saúde pública. Pesquisa levantada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que o índice de mortes aumentou em 24% entre os adolescentes que vivem nas grandes cidades brasileiras.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma das instituições que dão apoio emocional e trabalham para prevenir o suicídio. Para pedir ajuda, ligue para o número 188 ou acesse o site do CVV.

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