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Flordelis é suspeita de fraudar carta com confissão de filho

Documento ainda implica Misael na morte do pastor Anderson do Carmo

Gabriela Doria - 31/10/2019 16h59

Flordelis divulgou suposta carta do filho Lucas, que está preso Foto: Estadão Conteúdo/Luciano Belford

A Polícia Civil e o Ministério Público encontraram evidências de que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) pode ter fraudado uma carta supostamente escrita pelo filho Lucas Cézar dos Santos. No documento, o rapaz, que está preso, confessa participação no assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar. Ele também acusa Wagner Andrade Pimenta, o Misael, pelo crime.

De acordo com o promotor Sérgio Luís Lopes Pereira, dados extraídos do celular de Flordelis e duas de suas netas apontam um “esquema de fraude de provas”. Informações obtidas no aparelho mostram que a deputada mantinha contato com Andreia Santos Maia, mulher do preso Marcos Siqueira Costa, que está no mesmo presídio que Lucas.

Um dos arquivos obtidos demostram que Flordelis enviou o comprovante de uma transferência no valor de R$ 2 mil para Andreia, feita no dia 22 de setembro. O beneficiário é Jailton Reis Dantas, que consta como visitante de Marcos na prisão. Em uma parte da conversa, Andreia diz a Flordelis que “pagaram o Lucas”.

Em documento enviado à 3ª Vara Criminal de Niterói, o promotor observa que o esquema fraudulento de provas “passou pela inusitada colocação dos réus Flávio e Lucas na mesma cela em um presídio destinado a milicianos e policiais, o que nenhum dos dois é”.

Lucas e Flávio dividiram cela até que ele afirmou que estava sendo coagido pelo irmão a mudar seu depoimento. Eles foram separados por uma ordem judicial depois que a carta veio a público.

O CASO
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do último dia 16 de junho, na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da virilha. Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada federal pelo Rio de Janeiro. Sempre ao lado da esposa, ele atuava como secretário-geral do PSD no Estado.

Dois filhos da pastora, Lucas dos Santos, de 18 anos, e Flávio dos Santos, de 38, estão presos desde o dia 17 de junho, um dia após o crime. Eles foram indiciados pela morte do pastor. O mais velho assumiu ter efetuado seis tiros. Lucas teria ajudado comprando a arma, mas não estaria em casa no momento dos disparos. Os agentes ainda estão investigando os pontos contraditórios.

Um terceiro filho teria afirmado, em depoimento, que não ouviu discussão, barulho de carro ou moto em fuga. Que quando chegou na cena do crime encontrou o irmão Flávio próximo ao pai, caído. Ele garantiu ainda que o celular de Anderson, que está sumido, foi entregue a Flordelis.

Ainda em depoimento, o filho disse que o pastor já recebeu uma mensagem com ameaça de morte e uma das irmãs ofereceu R$ 10 mil a Lucas para que cometesse o crime. Flordelis e três filhas já teriam colocado remédios na comida de Anderson, por isso, sua saúde estava debilitada.

A mãe de Anderson do Carmo, Maria Edna do Carmo, acredita no envolvimento da nora, Flordelis, na morte do pastor. A irmã de Anderson, Michele do Carmo, que recentemente morreu em decorrência de uma anemia, também acreditava que a deputada havia sido a mandante do crime.

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