Filho de vítima de chacina diz que pai só assistia: “Nada a ver”
A chacina ocorreu após dois homens não aceitarem a derrota em um jogo de sinuca
Priscilla Brito - 23/02/2023 11h31 | atualizado em 24/02/2023 17h09

Cícero Dias, filho de uma das sete vítimas mortas na chacina em Sinop, no Mato Grosso, contou que o pai, Josué Ramos Tenório, e outras pessoas que estavam no local não tinham nenhuma relação com a motivação do assassinato simultâneo. O caso aconteceu na última terça-feira (21), logo após dois homens não se conformarem com a derrota em um jogo de sinuca.
Cícero, filho adotivo de Tenório, informou que o pai decidiu parar no local para assistir ao jogo de sinuca. Tenório tinha o hábito de ir ao bar para assistir as partidas pois, ocasionalmente, precisava ir à cidade de Sinop a trabalho. O homem acabou morrendo no local.
– Ele e outras pessoas não tinham nada a ver. Foi uma crueldade, uma situação desumana. Nem caiu a ficha ainda. É um monstro quem faz um negócio desse – disse o rapaz.
Cícero lamenta a perda. De acordo o jovem, tudo o que ele sabe, aprendeu com o pai e afirmou que Tenório era uma “pessoa boa”.
A família da vítima aguarda as investigações e espera que os autores do crime “paguem pelo que fizeram”. As informações são do G1.
ATAQUE OCORREU APÓS DERROTA NA SINUCA
O delegado Braulio Junqueira, responsável pelo inquérito, ouviu testemunhas sobreviventes e disse que não há duvidas sobre a motivação do crime e a dinâmica das mortes.
Segundo Junqueira, uma das vítimas, Getúlio Rodrigues Frazão Junior, de 36 anos, foi ao bar para almoçar com a mulher, Raquel Frazão, a filha, Larissa Frazão, e o amigo, Luiz Carlos, na manhã da última terça. Em um determinado momento, os atiradores chegaram ao local e desafiaram Getúlio a jogar. No local, estavam nove clientes além dos criminosos.
Na parte da manhã, depois de várias rodadas de sinuca, Edgar perdeu em torno de R$ 4 mil, informou a polícia. Ele e seu comparsa saíram do local e retornaram na parte da tarde. Depois de perder duas rodadas, Edgar se irritou, jogou o taco na mesa e deu sinal para Ezequias. Edgar saiu do bar e pegou a espingarda no carro, enquanto Ezequias rendeu a todos. Edgar entrou com a espingarda e começou a executar as pessoas. Primeiro foi o dono do bar, depois o homem que tinha ganhado todas as rodadas.
Segundo a Policia Militar, quatro pessoas foram mortas dentro do bar enquanto outras duas foram assassinadas do lado de fora. A sétima vítima chegou a ser levada com vida para o hospital, mas acabou falecendo.
*AE
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