Feirante de 20 anos louva a Deus no meio de Ceasa vazio
Rawan Mendonça canta músicas religiosas durante crise por falta de produtos
Camille Dornelles - 25/05/2018 11h23 | atualizado em 25/05/2018 14h21











Nesta sexta-feira (25), a greve dos caminhoneiros completa cinco dias e prejudica o abastecimento dos centros de vendas de alimentos. Diante da escassez de alimentos causada pela greve dos caminhoneiros, trabalhadores do Ceasa-RJ, Unidade São Gonçalo, tentam driblar a situação.
Uns improvisaram uma partida de futebol no local em que estariam os caminhões, mas outros buscaram a motivação necessária na fé. É o caso de Rawan Mendonça, 20 anos, cantor evangélico, que resolveu dar apoio aos colegas por meio da música.
Ele já costuma cantar enquanto vende laranjas com o pai. Nesta sexta, porém, o louvor teve outro significado. “Já vi fogo e terremotos, vento forte que passou. Já vivi tantos perigos, mas Tua voz me acalmou” entoou o rapaz ao cantar O Escudo, da Voz da Verdade.
– A gente costuma vender uma média de 200 caixas por dia, mas nessa semana foram 500. Eu não posso subir muito o preço, porque senão as pessoas simplesmente não compram. Laranja não é essencial – explicou Rawan ao Pleno.News.
Para ele, a situação é incerta, mas nada tira dele a vontade de cantar e falar de sua fé cristã.
– A alegria do Senhor é a nossa força – afirmou, antes de cantar Ele Veio, de Shirley Carvalhaes.
FALTA DE ALIMENTOS
De acordo com a assessoria de comunicação do Ceasa-RJ, o horário de funcionamento continua o mesmo, das 7h às 17h e sábado das 7h às 13h. No entanto, muitas lojas fecharam pela falta de produtos.
– Até o momento entraram 38 caminhões na Ceasa-RJ. Em uma sexta normal, costumam chegar em torno de 600 caminhões. Muitos produtos como batata inglesa, batata doce, mandioca, beterra, cenoura, morango, entre outros, já não estão mais disponíveis para comercialização na CEASA-RJ. Algumas lojas não abriram e o pavilhão 21, que atende os agricultores e produtores do Rio, está funcionando com menos da metade da demanda – afirmou a Central de Abastecimento.
O feirante conhecido como Severino do Ceasa declarou que desde terça-feira (22) não recebe verduras. Ele aumentou os preços para se prevenir de prejuízo.
– Sou vendedor aqui há 16 anos. Nunca vi fase pior. Hoje vendi caixa de pepino a R$ 30, normalmente é R$ 15. E o quiabo a R$ 50 quando o normal é R$ 20.
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