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Falso médico é descoberto após amputar vítima de acidente

Profissionais que atendiam um acidente de trânsito desconfiaram de decisão tomada por Gerson Lavísio

Paulo Moura - 17/03/2022 11h19 | atualizado em 17/03/2022 12h12

Gerson Lavísio se passou por médico e amputou a perna de um homem vítima de acidente Foto: Reprodução/TV Vanguarda

Um homem de 32 anos foi detido após ser flagrado atuando de forma ilegal como médico para a concessionária CCR RioSP, que administra a rodovia Presidente Dutra. O fato foi descoberto após profissionais de saúde, que atendiam um acidente no último domingo (13), desconfiarem da decisão tomada pelo homem de amputar a perna de uma das vítimas do ocorrido.

De acordo com a polícia, o acidente em questão foi um engavetamento envolvendo três caminhões em Lavrinhas (SP), a 230 quilômetros da capital paulista. Um motorista de 36 anos ficou com uma perna presa às ferragens e o falso médico, identificado como Gerson Lavísio, ordenou que o membro fosse amputado, o que de fato acabou acontecendo. O homem vítima da amputação foi internado na Santa Casa de Lorena, também no estado de São Paulo.

A equipe técnica do resgate então acionou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) por estranhar a decisão e a falta de técnica para o procedimento. Na consulta aos documentos de Gerson, os policiais descobriram que ele usava um CRM que estava em nome de outro profissional, já falecido. Levado à delegacia da Polícia Civil onde prestou depoimento, Gerson teria confessado não ser médico.

– Policiais rodoviários federais receberam denúncia sobre um indivíduo que estaria trabalhando como médico ilegalmente e foram até o local citado, onde detiveram o suspeito. Ele confessou que não é médico, apenas fez curso de socorrista. O suspeito foi liberado após assinatura de um termo circunstanciado – afirmou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em nota.

A concessionária CCR RioSP, que administra a rodovia e é responsável pelo serviço de socorro na via, afirmou que Gerson atuava como funcionário terceirizado e foi desligado logo após a ocorrência. A CCR RioSP disse ainda que também foi vítima da fraude praticada pelo falso médico.

– A Concessionária RioSP lamenta muito o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. O falso médico foi desligado imediatamente e não presta mais serviços à terceirizada Enseg, empresa contratada pela concessionária. Infelizmente também fomos vítimas desta fraude que se consumou com o exercício ilegal da profissão, atingindo a todos – disse a concessionária.

A Enseg, por sua vez, disse em nota que “que recebeu toda documentação para o exercício profissional da função de médico, e pedido de inscrição junto ao Cremesp, aguardando deferimento. Isto posto, foi surpreendida com relação a denúncia da falta de habilitação do profissional para a função de médico”.

Já o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que Gerson Lavísio protocolou no mês passado o pedido de inscrição junto ao Conselho utilizando um diploma falso. Ele alegava ter se formado em 2021 em uma universidade em São Paulo. O órgão informou ainda que, como Gerson não possuía o número do CRM, ele não estava habilitado para atuar.

– O falso médico apresentou o protocolo de solicitação de inscrição no Cremesp, o que foi considerado suficiente para sua contratação pela Enseg. Vale ressaltar que Gerson não possuía número de CRM e, portanto, não estava habilitado para atuar. O Cremesp esclarece, ainda, que irá investigar a contratação do falso médico por parte da Enseg – detalhou o conselho.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou também que denunciou o falso médico ao Ministério Público Federal (MPF). A denúncia, encaminhada na terça-feira (15), será distribuída a um procurador da República, que fará a análise preliminar dos fatos para determinar os próximos passos. Não há um prazo definido para que essas etapas sejam concluídas.

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