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Expedição: Pablo Marçal vira réu por colocar 32 pessoas em risco

Justiça de São Paulo aceitou denúncia do MP

Thamirys Andrade - 20/05/2025 15h46 | atualizado em 20/05/2025 16h59

Pablo Marçal durante escalada ao Pico dos Marins Foto: Arquivo Pessoal

O empresário e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) se tornou réu por colocar em risco a vida de ao menos 32 pessoas em uma escalada no Pico dos Marins, em São Paulo, no ano de 2022. Para a juíza Rafaela D’Assumpção Cardoso Glioche, o Ministério Público (MP) apontou elementos o bastante para justificar a abertura da ação criminal.

Na denúncia, o MP sustenta que Marçal “desprezou a contraindicação dos guias e promoveu a subida ao Pico dos Marins mesmo com as advertências para recuar” diante das condições climáticas adversas. A expedição foi marcada por chuva, neblina, vento de até 100 km/h e visibilidade de, no máximo, dez metros.

– O trajeto [estava] inóspito, permeado de lama e pedras escorregadias, afora o risco de hipotermia (algumas pessoas estavam com as vestimentas encharcadas sem peças de troca). (…) O denunciado desdenhou dos avisos e chamou o guia de “covarde”, conclamando os presentes que o seguissem (donde 32 pessoas atenderam tal chamado), expondo, assim, a vida e saúde de todos aqueles que o acompanharam a perigo direto e iminente (inclusive de morte) – argumentou o órgão.

O MP propôs um acordo para evitar a instauração do processo criminal, sugerindo o pagamento de R$ 272 mil a uma instituição social pública ou privada. No entanto, Marçal considerou a proposta “absurda, pois não há qualquer fundamento nessa denúncia”.

O órgão sustenta que Marçal foi o responsável por coordenar a expedição nos dias 4 e 5 de janeiro de 2022, sob a justificativa de que a escalada era necessária para que seus seguidores prosperassem na vida. A ideia seria mostrar a importância de correr riscos para vencer.

Alguns dos membros do grupo desistiram da ideia no meio do caminho e decidiram retornar. Mas outras 32 pessoas decidiram prosseguir. Na madrugada do dia 5 de janeiro, um dos integrantes pediu socorro por volta das 4h via rádio, e teria sido chamado de “covarde” por Marçal.

Os bombeiros iniciaram as buscas às 6h daquele mesmo dia e encontraram o primeiro grupo, de 14 pessoas, a 1,5 quilômetro do cume, “sem nenhum guia, com roupas inapropriadas para a travessia e encharcadas, parcialmente acampados fora da trilha do Pico dos Marins, os quais foram localizados pelos gritos, todos psicologicamente abalados”.

Posteriormente, a equipe de socorro achou os 32 outros integrantes com Marçal “à mercê de perigo direto e iminente”.

O empresário ainda não se manifestou sobre a decisão que o tornou réu, mas em ocasiões anteriores já deu declarações em defesa própria. Desde 2022, ele afirma que não liderou ninguém na expedição, e que todos o seguiram voluntariamente. Marçal ainda argumentou que parte das pessoas do grupo eram sócios e amigos seus.

– Todas as testemunhas ouvidas afirmaram que participaram da caminhada de forma voluntária, sem pagar nenhuma quantia, além dos guias contratados, e sem a liderança de ninguém, muito menos a minha. O próprio delegado Francisco Sannini Neto, quando estava à frente da investigação, em seu relatório de conclusão do inquérito, afirmou que não houve qualquer ilícito penal. A promotora, ao invés de acatar essa conclusão, solicitou a retirada da manifestação dos autos, o que só reforça a perseguição política contra mim. Confio na Justiça e sei que a verdade prevalecerá – assinalou após a denúncia do MP, em março deste ano.

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