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"Eu não pude pegar meu filho no colo antes dele falecer", diz suposta vítima que foi sedada por Giovanni Quintella

Gabriel Mansur - 12/07/2022 14h56 | atualizado em 12/07/2022 16h50

Médico Giovanni Quintella Bezerra Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

A prisão em flagrante do médico anestesista Giovanni Quintella, que foi filmado enquanto estuprava uma paciente durante o parto, na madrugada desta segunda-feira (11), no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, desencadeou uma série de denúncias de outras supostas vítimas do criminoso.

Após o caso vir à tona, a vendedora Thamires Souza Reis da Silva Ribeiro, de 23 anos, afirmou que também foi paciente de Quintella. Grávida de gêmeos, ela deu à luz a um dos filhos, Daniel, em 5 de julho, de parto normal. No dia seguinte, porém, ela precisou fazer uma cesariana para o nascimento de Davi, que morreu no dia seguinte, ou seja, 7 de julho. Thamires alega que foi tão dopada para o procedimento que sequer conseguiu assistir ao parto e muito menos conhecer o bebê.

– Eu estava grávida de gêmeos. Entrei em trabalho de parto por volta das 17h. Lá eles me disseram que eu estava em trabalho de parto e não iria mais embora. Como os bebês eram prematuros, me deram um remédio. Às 23h, o médico viu que o bebê estava coroando. O meu primeiro filho nasceu normal e foi bem tranquilo. Quando era para o segundo bebê nascer, eles disseram que não tinha condições de ele nascer de parto normal e teria que ser cesárea. Eles disseram que a gente corria risco de vida – ressaltou.

A jovem, que ficou sob os cuidados de Giovanni durante a cesariana, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti contra o médico nesta segunda (11). A família afirma que Thamires saiu da sala de parto com o rosto branco. Segundo eles, tratava-se de sêmen que poderia ser de Giovanni.

– Fui levada para uma outra sala, e os funcionários ficaram desesperados. Pelo tempo de demora, eles ligaram para o anestesia, esse monstro, para que ele viesse me dar a anestesia. Isso já era mais de 1h do dia 6. Eu fiquei sentido dor e eles disseram que o bebê não nasceria. Ele veio, me deu uma RAC na coluna e um remédio no braço. Em seguida, comecei a sentir muito sono. Ele sempre atrás da minha cabeça, com o pano, e eles tentando achar a criança. Ninguém achava a criança. Eles me cortaram de todas as formas – contou Thamires, que resolveu quebrar o silêncio para incentivar outras supostas vítimas a virem a público denunciar o médico.

A vendedora relatou ainda que, no dia, chegou a perguntar a Giovanni se o sono que estava sentindo era normal.

– Infelizmente, eu vi meu filho sair da barriga e não cheguei a pegá-lo no colo. Eu não pude pegar meu filho no colo antes de ele falecer. Só acordei horas depois sem saber o que tinha acontecido. Não tive o privilégio de pegar o meu bebê antes de ele falecer. Eu não sei o rosto do meu filho. Só conheço o meu filho por foto. Eu estava dopada por esse monstro – completou.

ROSTO SUJO
Foi a mãe de Thamires, a cabeleireira Rozangela Souza Reis, de 45 anos, que percebeu algo estranho no rosto da vendedora. Ela chegou a pedir que a irmã da jovem passasse um lenço umedecido para limpar a sujeira. Depois de ver a prisão de Giovanni, Rozangela diz que a filha também foi vítima.

– A minha filha estava tão dopada que, no dia seguinte, não podia comer. Esse cara disse que era tudo normal. Ele é um criminoso – disse Rozangela.

MARIDO FOI CONVIVADO A SE RETIRAR
O empreiteiro Wagner Pena Sarmento, de 39 anos, conta que chegou a assistir ao parto do primeiro filho. Mas teria sido impedido por Giovanni de participar da cesariana do segundo bebê. Ele ressalta que deixou a sala de parto por achar que seria um procedimento normal.

– Teve o parto normal do Daniel. O médico disse que o segundo seria cesariana. Eu fui para uma sala colocar uma roupa. Entrei na metade da cesariana. Fiquei apenas dois minutos. O anestesista me mandou sair. Ele não alegou nada. Só consegui ver meu filho na sala de incubadora. Não sabia o que estava acontecendo. Não briguei, porque achei que era um procedimento normal – contou.

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