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Estudante trans agride aluna por oposição ao uso de banheiro

Jovem se vê como não binária, isto é, não se identifica nem com o gênero masculino nem com o feminino

Gabriel Mansur - 12/07/2022 19h35 | atualizado em 13/07/2022 12h34

Ícone de banheiro feminino

Uma estudante trans agrediu uma colega depois da aula na última quinta-feira (7). A confusão ocorreu no Colégio Instituto de Educação de Maringá, no Paraná, e teria sido motivada porque a aluna agredida e uma amiga teriam se oposto ao uso do banheiro feminino por pessoas não binárias. Todos os envolvidos têm 17 anos e são alunos do 3º ano do ensino médio.

Os familiares da vítima afirmam que ela e uma amiga teriam reclamado sobre o uso do banheiro feminino por parte da estudante trans para a pedagoga da instituição. Ainda de acordo com a família, ambas sentiram-se constrangidas com a situação.

As informações apontam que a pedagoga teria exposto o caso para que todos os votassem e decidissem o que fazer. A votação, entretanto, foi desfavorável à estudante trans não binária, ou seja, que não se identifica nem com o gênero masculino nem com o feminino.

A ocorrência tomou maiores dimensões ao final da aula da última quinta, quando a aluna trans, junto com outra amiga, foi ao ponto de ônibus que fica perto do colégio para tirar satisfação com as duas colegas que reclamaram. Uma discussão se iniciou a ponto de as quatro jovens brigarem.

 

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A confusão foi gravada por outros alunos do colégio, que também estavam no local. Um boletim de ocorrência foi registrado pela família de uma das alunas agredidas. Segundo esses familiares, a jovem está com medo de retornar à escola. A família analisa transferi-la de colégio.

Familiares da estudante trans também registraram boletim de ocorrência. Segundo a jovem, o tio de uma das alunas agredidas a procurou e a ameaçou.

O Colégio Estadual Instituto de Educação de Maringá emitiu uma nota oficial. Segundo o comunicado, a instituição irá apurar “se houve qualquer conduta por parte de servidores(as) do colégio que possa ter contribuído para o triste desfecho”.

NOTA DO COLÉGIO
Como medida imediata, logo que os fatos chegaram ao conhecimento da direção, os responsáveis dos(as) alunos(as) vítimas de violência foram orientados(as) a registrar boletim de ocorrência junto às autoridades policiais e, ato contínuo, foi realizado contato com a patrulha escolar solicitando uma reunião de orientação com as famílias dos(as) envolvidos(as), esta reunião ocorreu, logo na manhã do dia seguinte.

NOTA DA SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
A Secretaria Estadual de Educação (SEED) divulgou no fim da manhã desta segunda-feira (11) uma nota oficial sobre o caso. A SEED nega que o colégio tenha realizado uma pesquisa entre os alunos sobre o uso do banheiro e afirma que, assim que os responsáveis pelo estudante não binário identificarem o gênero, o estudante passa a usar o banheiro correspondente.

Segue a nota na íntegra:
A direção não pediu para que fosse feita uma pesquisa entre alunos. Uma estudante, sem autorização da direção, fez uma pesquisa informal, perguntando aos demais alunos sua opinião a respeito do uso do banheiro por pessoas trans. Essa teria sido a situação que desencadeou a briga nas proximidades da escola na última quinta-feira (7). Já na sexta-feira (8) os responsáveis dos estudantes foram chamados para uma conversa na escola, na presença do Conselho Tutelar. A orientação da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR) em relação ao uso do banheiro por alunos transexuais é que a escola dialogue com a família. A partir do momento em que os responsáveis pelo aluno fazem o registro no Sistema Estadual de Registro Escolar (Sere) indicando sua identidade de gênero, o estudante passa a utilizar o banheiro correspondente.

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