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Em entrevista, Isabela disse que os pais não devem carregar o fardo da culpa

Rafael Ramos - 14/01/2019 10h43 | atualizado em 14/01/2019 10h55

Isabela Mastral falou sobre a perda do filho, Mikhael Foto: Reprodução

Quase um mês após a perda do filho, Mikhael, a médica Isabela Mastral comentou sobre o suicídio do adolescente de 15 anos. Casada com o conferencista Daniel Mastral, Isabela revelou ao UOL que salvou o rapaz de duas tentativas de suicídio. Ela garante não levar o peso da culpa e disse que fez tudo o que esteve ao seu alcance para ajudar Mikhael. Ela e o marido chegaram a largar seus respectivos trabalhos para cuidar do filho em tempo integral. Isabela também sofreu de depressão e levou dez anos para encontrar o tratamento adequado.

– Antes da doença se manifestar, Mik saía mais, sorria, brincava, estudava, fazia planos. Aí ele mudou. Parecia ter girado uma chave. Caiu seu rendimento escolar, não saía mais do quarto, passou a ter uma perturbação com sua aparência. Estava com anorexia e bulimia. Tampava o seu espelho para não se ver. Sua autoestima estava baixa, e insistimos em estar com ele sempre. Achava que os amigos o abandonaram. Outros, para piorar, ofereceram a ele álcool e drogas para anestesiar a dor. E isso piora o quadro, como aconteceu – disse Isabela.

Os pais o levaram a uma especialista em transtornos em adolescentes e tentaram uma vaga no Hospital das Clínicas de São Paulo para tratamento. Isabela lembra que Mikhael saiu feliz da consulta e até saiu para encontrar umas amigas. Mas, infelizmente, o quadro do jovem piorou e ele tirou a própria vida se atirando na linha do trem no dia 22 de dezembro. Abalada, Isabela não conseguiu ir ao enterro do filho. Ele deixou um diário relatando toda sua dor, que será transformado em livro e lançado pelos pais no dia 15 de fevereiro, data de seu aniversário.

– Estamos vivendo o luto. Dói profundamente. Como se uma estaca entrasse em seu peito. Não briguem com Deus. Nem esperem respostas rápidas. Tudo vem ao seu tempo. A dor será transformada em saudade e ela em boas lembranças.

A médica encerrou a entrevista deixando um alerta às igrejas e pediu que as pessoas saibam apoiar aqueles que sofrem de depressão ou outros transtornos mentais.

– Peço que escolas e amigos não os abandonem, não zombem, não julguem quem está nessa situação. Sejam pacientes, abracem, acolham, visitem. Isso os faz se sentirem importantes. Esgotamos todos os recursos. Fizemos nosso melhor. Infelizmente, enquanto acharem que depressão é “frescura” ou que é “demônio”, os índices podem aumentar. Falar sobre o tema é a melhor maneira. Papais e mamães: não carreguem o fardo da culpa. Um dia, estaremos todos juntos – finalizou.

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida é uma das instituições que dão apoio emocional e trabalham para prevenir o suicídio. Para pedir ajuda ligue para o número 188 ou acesse o site do CVV.

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