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Entenda o problema da água turva e terrosa no Rio

Concessionária afirmou que problema foi causado por substância produzida por algas

Paulo Moura - 14/01/2020 14h30 | atualizado em 16/01/2020 07h00

Água está com coloração, gosto e cheiro estranhos no Rio de Janeiro Foto: Reprodução

Há cerca de 10 dias, moradores do Rio de Janeiro têm notado a água chegando nas casas com aparência e gosto “estranhos”. A cor escura, similar à tonalidade de lama, e o gosto terroso causaram temor nos consumidores de utilizar o líquido para beber ou cozinhar. Por sua vez, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) diz que o fato está ocorrendo por conta da presença de uma substância produzida por algas, mas que não traz qualquer risco à saúde. Por isso, o Pleno.News preparou um pequeno guia para você ficar sabendo o que está acontecendo e o que deverá ser feito para resolver a situação.

O QUE SE SABE
Por conta das características diferentes na água, começaram a aparecer reclamações contra a Cedae, que se concentraram em pelo menos 20 bairros das Zonas Norte e Oeste. Em alguns locais, a mudança foi registrada somente no gosto. Já em outros locais, a água apresentou aspecto turvo, gosto e cheiro ruins.

As reclamações levaram a concessionária a realizar uma análise no líquido, que resultou na detecção da presença de uma substância chamada geosmina, substância orgânica produzida por algas, em amostras de água. A Cedae, porém, declarou que a geosmina não representava nenhum risco à saúde dos consumidores e afirmou que o consumidores podiam continuar consumindo a água.

SOLUÇÃO ENCONTRADA
Apesar de afirmar que água continuava própria para consumo, a concessionária procurou meios de reduzir o incômodo aos clientes com a presença da geosmina. Uma das medidas foi o anúncio da aplicação de carvão ativado pulverizado no início do tratamento. A medida será tomada para reter a substância caso o fenômeno volte a acontecer.

Segundo a companhia, o produto e o equipamento para sua aplicação foram comprados na sexta-feira (10) e o item chegará até esta quarta-feira (15). A Cedae reforçou que equipamento será montado imediatamente após sua chegada e passará a ser utilizado já no início da próxima semana.

PROCON E MP CONTRA A CONCESSIONÁRIA
A situação da água motivou a abertura de um Ato de Investigação Preliminar, pela Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), para apurar problemas na qualidade da água fornecida pela Companhia Estadual e Água e Esgoto (Cedae). O prazo dado pelo Procon para a concessionária é o próximo dia 20 de janeiro. A medida da autarquia pode resultar em multa administrativa e até uma ação coletiva na Justiça.

O Procon também recomendou aos consumidores que tiveram que comprar água, por conta da má qualidade do líquido que sai das torneiras, que guardem as notas e procurem a autarquia para que consigam recuperar o dinheiro.

Já o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), através do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, planeja realizar vistoria com os órgãos ambientais e de vigilância sanitária ainda nos próximos dias para saber quais medidas serão tomadas.

O QUE FAZER
O professor do Instituto de Microbiologia da UFRJ, Marco Miguel, afirmou que a geosmina realmente não causa danos à saúde, mas que ela seria responsável somente pela mudança de cheiro na água e não pela alteração da cor. Por isso, Marco recomendou cautela quanto ao uso do líquido para beber, cozinhar e até mesmo para o banho. Nas ocasiões em que a água for utilizada para consumo próprio, a principal medida ainda é a compra de água mineral.

Quanto ao uso de filtros, Marco afirmou que o filtro de carvão é um bom meio de recuperar a água, pois remove o odor. Ele disse ainda que os purificadores de água também funcionam, mas que dependendo do modelo pode existir limitação na capacidade de filtragem. Já no caso do filtro de barro, o professor afirmou que pode ser usado, mas exige uma manutenção específica e a vela deve sempre ser trocada, não limpa.

Outra recomendação dada por ele é de lavar as caixas d’água assim que o líquido voltar ao normal. O professor destacou que em alguns locais a quantidade de partículas na rede foi muito grande, e que elas podem ter se depositado no fundo das caixas.

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