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Entenda como Gusttavo Lima e Deolane viraram alvos da polícia

Cantor e influenciadora são acusados de envolvimento com lavagem de dinheiro de jogos ilegais

Thamirys Andrade - 25/09/2024 10h05 | atualizado em 25/09/2024 11h25

Gusttavo Lima e Deolane Bezerra Fotos: Felipe Souto Maior / AgNews | Leo Franco / AgNews

Gusttavo Lima e Deolane Bezerra. Duas figuras públicas brasileiras que entraram no centro de uma polêmica policial, se tornando até mesmo alvos de mandados de prisão preventiva. Como um fenômeno da música sertaneja e uma advogada influencer de notoriedade saíram das manchetes de entretenimento para estampar editorias de casos criminais? O Pleno.News te explica!

Acontece que tanto Gusttavo quanto Deolane estão sendo investigados por um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado a apostas ilegais e ao jogo do bicho. E para você que tem dúvidas sobre o que é lavagem de dinheiro, trata-se de um processo por meio do qual o dinheiro obtido por meio de atividades ilícitas é “limpo”, ou seja, a fonte criminosa desse dinheiro é disfarçada, fazendo parecer com que ele tenha uma origem legítima.

Dito isso, para a Polícia Civil de Pernambuco, Gusttavo e Deolane teriam usado recursos como compra de carros, aeronaves, imóveis e contratos de publicidade para ocultar bens provenientes de jogos ilegais. Eles são acusados de realizar transações suspeitas com a HSF Entretenimento, empresa de Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da Esportes da Sorte, que também está sendo investigado.

No caso de Gusttavo Lima, o cantor teria recebido aproximadamente R$ 9,7 milhões da HSF em duas transações realizadas em 2023, e sua empresa, a Balada Eventos e Produções, teria agido para ocultar valores ilegais. Para isso, ela teria até mesmo negociado a venda de uma aeronave para a empresa J.M.J. Participações, que pertence a um dos investigados, José André da Rocha, sócio da plataforma Vai de Bet, que também estaria envolvida no esquema. A aeronave foi apreendida pelas autoridades.

Já Deolane, teria comprado à vista uma Lamborghini no valor de R$ 4 milhões por meio da empresa Bezerra Publicidade e Comunicação, que ela comanda com a irmã, Daniele. O veículo foi vendido pela HSF Entretenimento. Além disso, Deolane ainda recebeu pagamentos da Esporte da Sorte por meio de contratos de patrocínio, compra de imóveis e outros carros de luxo. Em julho deste ano, Deolane chegou a abrir uma empresa de apostas com capital de R$ 30 milhões, chamada Zeroumbet, que também teria o objetivo de lavar dinheiro de jogos ilegais.

OPERAÇÃO INTEGRATION
Para a polícia, o esquema em questão movimentou aproximadamente R$ 3 bilhões, e outras pessoas ligadas ao setor de jogos de azar também estão sendo investigadas. Como resultado dessa apuração, a Polícia Civil deflagrou no início de setembro a Operação Integration, gerando 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão em cinco estados. A Justiça ainda decretou o sequestro de bens de diversos investigados, incluindo aeronaves, carros de luxo e ativos financeiros de 2,1 bilhões de reais.

Entre os alvos da operação, estão, é claro, Deolane e Gusttavo, que tiveram sua prisão preventiva decretada pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife.

O cantor, cujo nome real é Nivaldo Batista Lima, se encontra atualmente em Miami, nos Estados Unidos, junto de sua família. Como medida cautelar, ele teve seu passaporte e certificado de registro de arma de fogo suspensos. Ele também teve o nome inserido no sistema de alertas da Polícia Federal (PF).

Entretanto, na tarde desta terça-feira (24), o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, relator do caso no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) revogou o mandado de prisão preventiva contra o artista.

Para o desembargador, os argumentos da juíza para decretar a prisão são frágeis. O magistrado também refutou a hipótese de que Gusttavo Lima teria dado guarida aos sócios da Vai de Bet, que viajaram com o cantor para a Grécia a fim de comemorar a festa de aniversário dele, no dia 1° de setembro. O desembargador aponta que a prisão dos sócios só foi decretada dois dias depois, portanto, não estavam na condição de foragidos.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já havia se manifestado contra a prisão de Lima, decretada nesta segunda-feira (23). Na manifestação sobre o caso, o órgão apontou que haveria apenas a necessidade da adoção de medidas cautelares de cunho patrimonial.

A defesa de Gusttavo Lima disse que a decisão foi “totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais”.

Deolane, por sua vez, foi presa no último dia 4, assim como sua mãe, Solange Bezerra. No dia 9 de setembro, a Justiça permitiu que a influenciadora fosse solta sob medidas cautelares. Entretanto, ela teve de retornar para a prisão no dia seguinte após descumprir as ordens judiciais e dar declarações sobre o caso à imprensa.

Nesta terça, tanto Deolane quanto sua mãe foram soltas sob medidas cautelares, em decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) que beneficiou, ao todo, 18 investigados da Operação Integration, incluindo Darwin Filho.

Em carta no Instagram, Deolane afirmou que ela e sua família são vítimas de uma “grande injustiça” e preconceito, e declarou que a investigação provará que ela nunca praticou crimes. Todos os envolvidos negam participação no esquema e afirmam estar colaborando com as investigações.

 

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