Thamirys Andrade - 16/06/2021 17h05 | atualizado em 16/06/2021 17h40

A lista de denúncias contra o vereador Jairo Souza segue crescendo. Na terça-feira (15), o parlamentar acusado de matar o enteado Henry Borel foi indiciado por violência doméstica contra a ex-namorada Débora Mello Saraiva, por meio da Lei Maria da Penha. No início deste mês, Jairinho já havia sido denunciado por agredir o filho de Débora. Este já é o terceiro inquérito ao qual o vereador responderá.

De acordo com as investigações da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), Débora sofreu violência ao menos em quatro ocasiões entre 2015 e 2016. Em uma delas, o vereador chegou a quebrar um dedo do pé da vítima, após uma briga motivada por ciúmes. Há relatos também de chutes, golpes “mata leão”, soco no rosto, sufocamento com travesseiro, mordidas, puxões de cabelo, xingamentos e ameaças.

– [Jairinho] fez menção de que estaria ligando para uma outra pessoa e disse para a declarante que iria sumir com a declarante, jogar sua bolsa e seu celular em algum lugar, ligar para a mãe da declarante e dizer que ele e a declarante teriam brigado e que a declarante teria saído sem rumo – diz trecho do relatório do DCAV, de acordo com informações do jornal O Globo.

A investigação recolheu ainda uma troca de mensagens entre Jairinho e a irmã da vítima, Daniele, que notou as lesões no rosto de Débora e enfrentou o cunhado.

– Nunca mais toca na minha irmã, porque eu não aceito mais isso. Ela amanhã pode estar bem com você, aceitando tudo o que você faz com ela, mas agora vou responder por ela, já que ela não responde. Não toca mais nela. Estou te pedindo: some da vida dela, vai viver sua vida e deixa ela em paz. Não quero saber de nada. Ela está com o rosto inchado. Mesmo que amanhã ela esteja bem com você, como sempre acontece, o que tem acontecido não aceito mais. De verdade, não quero o seu mal, mas o bem dela pra mim é acima de tudo. Por favor, segue sua vida e deixa ela em paz – escreveu Daniele.

Em uma de suas respostas, Jairinho tentou distorcer os acontecimentos, mas pediu perdão à família.

– Peça desculpas a todos aí, mas não foi o que aconteceu. Também acho que chegou no limite, mas está dito – disse.

O vereador está preso, acusado de homicídio triplamente qualificado contra Henry Borel, de 4 anos, com emprego de tortura e recursos que dificultaram a defesa da vítima. Henry era filho da namorada do parlamentar, a professora Monique Medeiros, que também está presa pelo mesmo crime.

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