Derrite critica saída temporária: “Bandido visto como vítima”
Em texto, secretário comenta os crimes cometidos por criminosos que não retornaram à prisão
Leiliane Lopes - 17/02/2024 18h30 | atualizado em 19/02/2024 12h24

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, em artigo para o jornal O Estado de São Paulo, levantou questionamentos sobre a eficácia e os impactos da saída temporária de presos.
O texto fala especificamente sobre o ataque feito por criminosos contra dois policiais militares na cidade de Santos, no litoral paulista. O cabo Silveira não resistiu e morreu, já o sargento Guilherme, ficou cego de um olho.
Os criminosos que atacaram os policiais eram beneficiados pela “saidinha”, benefício que permite a saída temporária de presos. Um deles, condenado em 2014, não retornou após a saidinha de 2017. O outro, condenado a 12 anos em 2020, também optou por não voltar após sua saída temporária.
Um segundo caso também envolve um preso em saída temporária que não retornou para prisão que acabou cometendo um homicídio. Esse aconteceu em Votuporanga, interior de São Paulo.
– Assim, se a prisão não serve à prestação de justiça às vítimas nem à imposição de custo aos criminosos, serve a quê? Claro, podemos supor que passou a servir somente à ressocialização do criminoso, proporcionando uma inversão de papéis, em que o bandido é visto como a verdadeira vítima da abstrata sociedade – comentou Derrite.
O secretário criticou ainda o grupo de trabalho que conta com a participação de membros do Ministério Público Federal que classificou como populistas as discussões acerca do fim das saídas temporárias.
– Ocorre que no Brasil os olhares se voltam para o criminoso, encobrindo por absoluto a dor da vítima. Assim surgiu a concepção de que se tornar um criminoso é obra da natureza, normalizando a convivência na sociedade de infratores que não completaram suas penas impostas pela Justiça, pois foram favorecidos pelos múltiplos benefícios das leis brasileiras – continuou o secretário.
Ainda segundo Derrite, quase 35 mil detentos deixaram os presídios paulistas e 1,5 mil não retornaram. O número representa cinco por cento dos beneficiados, número que pode parecer pouco, mas que em um ano resulta em 6 mil condenados nas ruas, cometendo novos crimes.
Leia também1 Repressão à Igreja na Nicarágua causa medo entre os fiéis
2 Malafaia convoca para campanha de jejum e oração pelo Brasil
3 Idoso encontra R$ 60 mil dentro de pote de sorvete enterrado
4 Filha do ator Lima Duarte morre aos 49 anos, em São Paulo
5 Apresentação de cantora cristã viraliza nas redes; assista