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Delegada sobre médico preso por estupro em parto: “É hediondo”

Anestesista Giovanni Bezerra cometeu o crime enquanto gestante passava por cesárea. Funcionárias gravaram ação

Gabriel Mansur - 11/07/2022 17h47 | atualizado em 11/07/2022 18h36

Delegada Bárbara Lomba e médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra Foto: Reprodução/vídeo

Responsável por efetuar a prisão em flagrante do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, a delegada Bárbara Lomba classificou o caso como “estarrecedor e inacreditável”, apesar de admitir ter “experiência com condutas violentas”. Ela está à frente da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João do Meriti, no Rio de Janeiro.

A prisão por estupro de vulnerável aconteceu algumas horas após o crime ter sido cometido. O médico, de 31 anos, foi filmado enquanto abusava de uma paciente durante um parto no Hospital da Mulher, em São João do Meriti. Antes de ser detido, Bezerra já havia feito duas outras cirurgias no mesmo dia. A última, em que ele foi gravado por funcionárias desconfiadas de suas atitudes, aconteceu às 16h.

– Eu tenho uma certa experiência com condutas violentas. Mas é estarrecedor e inacreditável. É gravíssimo um profissional que deveria estar cuidando do paciente, totalmente vulnerável num momento tão importante da vida, num Hospital da Mulher. Todos os profissionais sabem das violências que sofremos e ele faz esse crime hediondo. É repugnante! – pontuou.

Giovanni era funcionário da unidade a cerca de seis meses. De 60 dias para cá, ele passou a ser visto com desconfiança por outros profissionais por “atitudes não condizentes”, como anestesia geral em uma cirurgia perinatal. Nesse caso, geralmente, é feita apenas cirurgia local e uso do capote de forma inabitual – aberto para a frente.

– Ele dificultava a visão de outros médicos. Ele colocava um pano para que outros profissionais não vissem o rosto da vítima, justamente na região. Ele utilizava de sedação, o que não era comum nesse tipo de procedimento. Então, os profissionais notaram esse comportamento estranho que outros médicos não adotavam. Uma das integrantes da equipe, após uma cirurgia dar problema, teve que verificar o que aconteceu e viu ele de pênis ereto. Para não ficar numa situação de uma pessoa relatando, decidiram documentar o crime – disse a delegada.

Segundo a Polícia Civil, foram enfermeiras e técnicas do hospital que fizeram a denúncia. Ele foi detido no próprio hospital por agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti.

– É de se destacar o profissionalismo da enfermagem e o papel exemplar desses funcionários do Hospital da Mulher. Eles são dignos de serem servidores públicos. Eles coletaram as provas. Fomos acionados pela direção do hospital, entrevistamos as pessoas e arrecadamos as provas — disse Bárbara, que completou.

– Ele foi preso em flagrante por estupro de vulnerável. Demos a voz de prisão. Desde quando a direção do Hospital soube, ele foi afastado e não fez mais cirurgias – complementou.

Até agora, quatro pessoas já prestaram depoimento no inquérito: o médico anestesista, uma enfermeira e duas técnicas de enfermagem. Após ser preso, Giovanni disse que só prestaria depoimento em juízo.

O advogado Hugo Novais, que defende Giovanni, afirmou que “ainda não obteve acesso à íntegra dos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante”. Ainda de acordo com a defesa, “após ter acesso a sua integralidade, se manifestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista”.

POSSIBILIDADE DE HAVER MAIS VÍTIMAS
Para saber se outras gestantes foram vítimas do profissional neste período, a Deam requisitou todos os prontuários de pacientes da unidade nos últimos meses.

– Queremos saber o que foi ministrado. É preciso que o hospital forneça esses documentos para sabermos o que ele aplicou nas vítimas, como foram e tal. Queremos ter ideia de outras possíveis vítimas – salientou a delegada.

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