Filhas de Flordelis vão à delegacia para prestar depoimento
Em coletiva, delegada não confirmou e nem negou que a deputada seja suspeita
Jade Nunes e Gabriela Doria - 21/06/2019 12h50 | atualizado em 21/06/2019 13h56

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (21), a delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), responsável pelo caso do assassinato do pastor Anderson do Carmo, afirmou que a investigação ainda está no começo. Ela confirmou que Flávio dos Santos, de 38 anos, assumiu ter atirado seis vezes no pastor.
– Temos informações seguras da participação, em alguma medida, dos dois presos: Flávio e Lucas. Lucas pode ter tido uma participação no auxílio para obter a arma. Já Flávio participou diretamente da execução do crime.
Antes da entrevista, três filhas do casal chegaram à delegacia acompanhadas de uma advogada. No entanto, a delegada frisou que elas serão apenas ouvidas, assim como outras pessoas envolvidas com o caso.
– Várias pessoas foram e serão ouvidas. O que nós temos até agora são relatos, mas isso não define investigação, nem mesmo a confissão.

A titular da DH também lamentou o desaparecimento do celular do pastor Anderson. Ela afirmou que o celular de Flávio também sumiu.
– O celular da vítima não foi encontrado até hoje. Lá poderia haver dados importantes para nos dar informações mais precisas e até desvendar o crime. O celular do Flávio também desapareceu, o que prejudica ainda mais a investigação.

A delegada também esclareceu que não se sabe a motivação do crime, e que pode haver até mais de uma.
– Não está esclarecida a motivação, se tudo aconteceu da forma narrada, se mais pessoas estão envolvidas. Não está comprovada a relação extraconjugal, nenhuma das pessoas ouvidas fala nisso especificamente. Pode haver mais de uma motivação – apontou.
De acordo com informações obtidas pelo RJTV, um outro filho prestou depoimento e suspeita de que a mãe e outras três filhas do casal, além de Flávio e Lucas dos Santos, podem estar envolvidas no crime. Uma destas irmãs é acusada de ter oferecido R$ 10 mil para Lucas matar o pai.
Ainda de acordo com este depoimento, ele não escutou barulho de carro ou moto em fuga, como havia declarado a deputada. Ele também teria visto Flávio, apontado como mandante do crime, ao lado do corpo de Anderson do Carmo logo após os disparos.
Além disso, ele afirmou que logo após o crime, o celular do pastor foi entregue à deputada Flordelis. Ela declarou que este aparelho desapareceu.

O rapaz também contou que há algum tempo Flordelis e estas três irmãs estavam colocando remédios na comida de Anderson. Isto teria feito com que sua saúde se deteriorasse ultimamente. Flordelis ainda teria dito que “estava chegando a hora” do pastor. Em fevereiro, Anderson teria mostrado em seu celular um ameaça de morte que recebeu.
Após o depoimento desta quinta, a polícia pediu a prisão preventiva de Lucas e Flávio dos Santos.
Leia também1 Caso Flordelis: Uma análise sobre uma família de 55 filhos
2 Ministério Flordelis promove 1º culto após assassinato
3 Exclusivo: Flordelis disse ter ouvido 6 tiros contra o marido
4 Justiça decreta prisão de filhos de Flordelis e Anderson
5 Quem era Anderson do Carmo, pastor morto no Rio de Janeiro