Paulo Moura - 27/07/2020 20h17 | atualizado em 28/07/2020 11h17

Em uma reportagem especial exibida na noite de domingo (26) pelo programa Domingo Espetacular, da Record TV, equipes da emissora conseguiram fazer o primeiro registro de um canal de televisão no laboratório da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde agentes rastreiam atividades criminosas na internet. Durante o material, a equipe acompanhou a caçada da corporação contra abusadores sexuais de crianças e adolescentes.

Ao longo do conteúdo, especialistas fizeram alertas aos pais com cuidados para evitar que os filhos se tornem alvos de criminosos. Um deles, feito pela delegada da PF Paula de Albuquerque, chefe do grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos, foi voltado aos espaços acessados pelas crianças. Segundo ela, a vigilância precisa ser constante, já que um dos locais usados pelos abusadores é, por exemplo, plataformas de jogos.

– É realmente uma caçada, e a gente monitora alguns dos ambientes virtuais em que os criminosos se encontram. Por exemplo, um dos monitoramentos que a gente pode fazer é em plataformas de jogo, por que, onde há crianças, há abusadores sexuais de crianças – destacou.

Paula também alerta para a sofisticação das técnicas usadas pelos criminosos para compartilharem os conteúdos de pedofilia. Segundo ela, os pedófilos utilizam ferramentas cada vez mais avançadas para tentar garantir o anonimato dos autores da pornografia infantil.

– Esse interesse sexual por crianças, faz com que eles busquem, na internet, ferramentas, softwares específicos para tentarem garantir o anonimato e também para eles conseguirem trocar esse tipo de material, uma vez que essa troca se configura crime – alerta.

A psicóloga Daniela Generoso destaca que a ocorrência de abusos sexuais pode causar danos graves não só na saúde mental das crianças, mas também na saúde física, como problemas gastrointestinais.

– Ela pode desenvolver transtornos psicológicos como transtorno de personalidade, bipolaridade, ela pode desenvolver problemas gastrointestinais, desde uma depressão ou uma ansiedade – diz.

Segundo Daniela, os pais devem estar atentos ininterruptamente e não devem dar “privacidade” aos pequenos, pois o risco pode estar em qualquer lugar. Ela destaca que o chamado “estupro virtual” é bastante recorrente atualmente.

– O estupro virtual é o que mais acontece e o que menos os pais percebem. Tem pessoas que dizem que criança tem que ter privacidade. Criança não tem que ter privacidade, criança tem que ser vigiada – completou.

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