Pleno.News - 21/03/2025 22h04 | atualizado em 24/03/2025 19h40

O advogado Enoc Joaquim da Silva, que defende o professor de Química que utilizou a mesma agulha para coletar sangue de mais de 40 alunos em uma escola estadual de Laranja da Terra, Espírito Santo, afirmou que o educador tomou “todos os cuidados necessários” durante a aula prática.

Segundo o advogado, a atividade não tinha o objetivo de identificar o tipo sanguíneo dos alunos, mas sim de permitir a visualização de células no microscópio. Ele destacou que o professor utilizou os materiais disponíveis e garantiu que não houve imposição para participação.

A defesa também ressaltou que a prática ocorreu no laboratório da própria escola e que os alunos participaram de forma voluntária. O professor, que atua há 13 anos na educação, já prestou depoimento à Polícia Civil.

Todos os alunos foram submetidos a exames médicos, pois o uso da mesma agulha em diferentes pessoas é considerado um ato de alto risco. Esse tipo de prática pode transmitir doenças graves, como HIV, hepatites B e C, além de infecções bacterianas.

Após o ocorrido, os estudantes passaram a sofrer discriminação dentro da escola. Com medo de contaminação, outros alunos evitaram contato com os colegas que participaram da atividade, o que levou os pais a denunciarem o caso às autoridades.

A Secretaria de Estado da Educação e a Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra encaminharam os alunos ao hospital para a realização de exames. O professor também foi testado. Os primeiros resultados deram negativo, e novos exames serão feitos dentro de 30 dias.

O caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia de Laranja da Terra. A corregedoria da Secretaria de Educação também acompanha o processo para avaliar possíveis medidas disciplinares.

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