Defesa irá solicitar prisão domiciliar para Juliana Salles
Ela está presa desde acusada participar das mortes dos filhos
Henrique Gimenes - 27/06/2018 18h48 | atualizado em 27/06/2018 19h02

A defesa da pastora Juliana Salles, acusada de ter participado dos assassinatos de seus filhos, Kauã e Joaquim, informou que irá pedir que ela vá para a prisão domiciliar. Ela foi presa no dia 20 mesmo não estando presente na casa no momento do incêndio. As informações foram dadas pelo jornal Gazeta Online.
Ao determinar a prisão da pastora, o juiz do caso, André Bijus Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares, apontou que ela e seu marido, o pastor George Alves, tenham premeditado o crime para conseguir fiéis. À publicação, Milena Freira, advogada da junta que representa o casal, informou que um pedido de liberdade será feito pelo fato de Juliana amamentar seu filho mais novo.
– Nós vamos pedir a revogação da prisão, e no mesmo pedido, se não for aceita, vamos solicitar subsidiariamente, o relaxamento para a prisão domiciliar, uma vez que a pastora está amamentando o filho mais novo – explicou.
Para o juiz, entretanto, a pastora tinha conhecimento de que os filhos, de 6 e 3 anos, sofriam abusos sexuais, e “tinha ciência do comportamento sexual incompatível com a pregação” de seu marido. A advogada voltou a negar, ao veículo, que Juliana Salles tenha algum envolvimento no processo e disse que ela está sofrendo por causa de seu filho mais novo.
– Ela está muito abalada com tudo isso. Até nós fomos pegos de surpresa. Juliana não tem envolvimento nenhum no processo, como já afirmou a Polícia Civil na conclusão do inquérito. Ela está com leite empedrado e sente dor no peito por conta leite, só que não reclama disso para os agentes penitenciários. Nas visitas, ela fica perguntando mais sobre o filho. Quer saber como ele está, se está bem e pede para que nós não abandonemos ela e a criança – ressaltou.
CASO
Com pouco mais de um mês de investigações, a Polícia Civil concluiu que o pastor George matou o filho Joaquim, de 3 anos, e o enteado Kauã, de 6, carbonizados. Segundo o delegado André Costa, responsável pelo caso, os meninos foram agredidos depois de serem abusados sexualmente para ficarem desacordados e não tentarem fugir do fogo.
O crime aconteceu na cidade de Linhares, no Espírito Santo. O homicídio foi motivado exatamente para esconder os abusos. O caso chocou as autoridades a ponto de o chefe da Polícia Civil, Guilherme Daré, declarar que era pior do que o da menina Isabella Nardoni, assassinada pelo pai e pela madrasta em 2008.
George Alves deve responder por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulnerável. As penas máxima somadas chegam a 126 anos.
A mãe das crianças, Juliana, também foi presa acusada de saber dos abusos que os meninos sofriam.
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