Dada como morta em acidente, jovem liga para acalmar família
Denise do Nascimento apareceu em lista de mortos do acidente na BR-381, mas após algumas horas conseguiu falar com familiares
Paulo Moura - 09/12/2020 09h33 | atualizado em 09/12/2020 10h59
A jovem Denise Maria do Nascimento, de 27 anos, que chegou a ser dada como morta pelas autoridades mineiras após o acidente na BR-381 que matou 19 pessoas, tranquilizou a família ao ligar para informar que estava viva. O nome de Denise estava nas listas iniciais entre os óbitos confirmados.
A família da jovem soube do acidente por volta das 16h da última sexta-feira (4) ao ver a notícia pela televisão. A prima de Denise, Geyse Stencoff, disse que recebeu uma ligação da mãe perguntando sobre detalhes do ocorrido e disse que não estava sabendo do fato, o que a deixou em desespero.
– Eu respondi rapidamente que não estava sabendo e me desesperei. Logo já tentei avisar a mãe da Denise, minha tia – relembrou Geyse.
Em um primeiro momento, ninguém conseguiu falar com a mãe de Denise, Damiana do Nascimento, que estava trabalhando e, por isso, ficou impossibilitada de mexer no celular. Enquanto isso, a família estava desesperada para receber mais notícias da parente acidentada. Geyse disse que ela os parentes começaram a pensar no pior, ao receberem informações não oficiais que já colocavam Denise entre os óbitos.
– Devido à demora, ela foi dada como morta. Falaram que estava presa entre às ferragens e não resistiu – contou.
Após algumas horas, Denise conseguiu pedir um celular à equipe médica do hospital João 23 e acalmou a mãe e toda a família. Ela contou que estava sentada na parte traseira do ônibus e chegou a ver que o veículo cairia da ponte, de uma altura de aproximadamente 30 metros. A partir desse momento, desmaiou.
– E só foi acordar já no hospital. Quebrou duas costelas, a clavícula e teve uma fratura na coluna. Mas, na medida do possível, está bem – afirma a prima.
No fim de semana, Geyse ainda se assustou ao ver o nome da prima entre os mortos do grave acidente. Como já tinha feito contato e sabia que a parente estava viva, o susto foi comedido.
– Quando soube do acidente, foi um nervosismo enorme. Eu viajei nesse mesmo ônibus há 15 dias. Mas, ao saber que minha prima está viva, foi um alívio muito grande – relatou.
A mãe de Denise, que mora em São Paulo, pegou o primeiro ônibus possível rumo à capital mineira. No domingo, chegou em Belo Horizonte para fazer companhia à filha. Denise continua internada no maior hospital público de Minas. Ela ainda aguarda avaliação médica para, em seguida, passar por cirurgia na coluna.
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