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Crivella em audiência: Algo pode ter “fugido” do meu controle

Saiba quais argumentos o prefeito usou para se defender das acusações em audiência de custódia

Thamirys Andrade - 23/12/2020 13h40 | atualizado em 23/12/2020 16h31

Marcelo Crivella é acusado de chefiar organização criminosa que lucrava por meio de propina Foto: Agência Brasil/Tânia Rêgo

Em audiência de custódia realizada na terça-feira (22), o prefeito afastado do Rio Marcelo Crivella afirmou ser inocente, ter a “consciência tranquila” e sentimento de “dever cumprido”. Entretanto, ele admite que algo pode ter “fugido” ao seu controle durante a sua administração. O republicano é acusado de chefiar uma organização criminosa que recebeu mais de R$ 50 milhões em propina.

– São quase 20 anos de vida pública. Fui ministro, senador duas vezes. Nunca sofri nenhuma denúncia, nunca fui réu em nenhum processo. Se aconteceram coisas na minha administração, lamento profundamente, mas me fugiram. Eu, por mais que desse exemplo, por mais que administrasse e falasse com eles, talvez alguém tenha fugido – afirmou ele, segundo informações do jornal O Globo.

Crivella também alegou que todas as denúncias que chegaram ao seu conhecimento foram apuradas “com todo o coração e interesse” e que ele nada tem a ver com os crimes.

– Quando me chegou ao conhecimento esse assunto, do QG da propina, na mesma hora afastei o presidente da Riotur e fiquei surpreso, porque, quando eu assumi, as despesas com o Carnaval eram R$ 70 milhões. Agora, no último ano, fizemos o Carnaval sem um tostão de recursos públicos, embora tenha sido uma dificuldade imensa negociar isso.

Ao contrário do que consta na denúncia do Ministério Público, o prefeito garante que economizou durante sua gestão.

– Tenho a consciência tranquila de que não autorizei, participei ou recebi qualquer vantagem. Evitei, inclusive, morar na casa da Gávea (residência oficial do prefeito do Rio), nunca fretei avião para viajar, não usei helicópteros, não promovi festas. Várias vezes, até viajei para Brasília com milhas, minhas próprias. Também nunca cobrei [isso] da prefeitura. Às vezes, tive que ficar em hotéis em Brasília para resolver questões do Rio de Janeiro, num esforço que fiz, com todas essas medidas, para dar exemplo, para que as pessoas pudessem ter uma atitude coerente em respeito ao eleitor e ao povo da cidade do Rio de Janeiro – argumentou.

O prefeito afastado pediu à juíza que quebre seu sigilo telefônico, fiscal e bancário e que os investigadores apurem sua conduta questionando os secretários que trabalharam com ele.

– Peço à senhora que tenha a paciência com meu desabafo. Mas, para mim, é um momento de imensa tristeza, como foi para a senhora, a minha prisão, porque nada fiz para que essas coisas horríveis acontecessem. Mais uma vez peço à senhora que, por favor, quebre todos os meus sigilos, telefônico, bancário, fiscal, e a senhora verá, nesses quatro anos, que não acrescentei um centavo no meu patrimônio.

Rosa Helena, desembargadora responsável pela determinação da prisão do prefeito na manhã de terça-feira (22), finalizou a audiência de custódia dizendo que espera “de todo coração” que as acusações não sejam confirmadas.

– Tudo que o carioca quer, que o povo brasileiro quer é que seus representantes zelem pelos seus direitos – disse a magistrada.

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