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Pedro Ramos - 16/09/2019 12h24 | atualizado em 16/09/2019 12h36

Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

O jornal Folha de São Paulo publicou no último domingo (15) uma entrevista com o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. Ele falou sobre o caso das histórias em quadrinhos com conteúdo gay na Bienal do Livro e sobre a sua relação com o Grupo Globo.

– Não foi censura porque há previsão em lei. Não eram apenas as imagens, havia diálogos, e eles sugeriam relações afetivas, não importa se homossexuais ou heterossexuais. Houve denúncias de famílias que se sentiram ofendidas. Agora, o que a imprensa não notificou é que demos um prazo para que se colocasse esses livros dentro da embalagem prevista. No dia seguinte, voltamos lá e disseram que tinham vendido tudo – disse o prefeito ao ser perguntado sobre sua atitude com o HQ com conteúdo LGBT.

Crivella também afirmou que se houvesse personagens heterossexuais na história, as revistas seriam embaladas. Para ele, a decisão foi para cumprir as determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Durante a entrevista, o mandatário também fez críticas à Globo e disse que o grupo o trata com “preconceito” e que a mídia fez “ativismo” no caso da Bienal do Livro. Para o prefeito, o veículo de comunicação se aproveitou do fato dele ser pastor evangélico para acusá-lo de homofobia.

Em uma outra resposta, o chefe do Executivo do município do Rio de Janeiro comentou sobre o corte de verbas para as escolas de samba e voltou a criticar a Globo.

– Carnaval gera R$ 80 milhões em ingressos para a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba). E R$ 240 milhões para a Globo em patrocínios. A prefeitura tem que pagar R$ 70 milhões? É certo a prefeitura pagar o conteúdo para a Globo faturar? É certo pagar o Carnaval para que a Liesa fature? Não. Não se pode ter recurso público em atividade privada. Seja o Rock in Rio, seja o Carnaval. Podemos fazer a festa do Réveillon. Ali vai todo mundo. Triplicamos os recursos da Intendente Magalhães (séries B, C e D das escolas de samba). Isso a Globo não mostra. Mas o povo não é bobo. Com a economia do Carnaval estamos aplicando em outra escola, a escola da rede pública municipal. Não tenho como gastar tanto recurso se o Carnaval pode ter o seu patrocínio próprio. Costumo dizer que o Carnaval é aquele bebê parrudo, que já tem que largar o peitinho da mamãe dele. Já está indo para a papinha – disse o prefeito.

Na última Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, que ocorreu entre os dias 30 de agosto e 8 de setembro, o prefeito pediu, com base no ECA, que um HQ com conteúdo LGBT fosse colocado em uma embalagem diferenciada por ter, segundo ele, conteúdo inadequado para crianças e adolescentes.

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