Gabriela Doria - 15/02/2019 17h58

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, declarou nesta sexta-feira (15) que, um dia, o carnaval da cidade “será orgulhoso de dizer que não depende de tanto dinheiro da prefeitura”. Às vésperas da festa, Crivella explicou que o corte de verbas para as escolas de samba são uma espécie de “desmame” do dinheiro público.

– À medida que vamos tirando os recursos públicos, virão as empresas. No futuro, o carnaval será orgulhoso de dizer que não depende de tanto dinheiro da prefeitura. É o desmame. As mulheres entendem bem. Vou pagar o preço? Vou, mas é da responsabilidade da política. Vou procurar aos pouquinhos repor a iniciativa pública pela privada – defendeu Crivella, que cortou pela metade a subvenção dada às escolas de samba.

O prefeito também defendeu que as verbas municipais têm outras prioridades, como o pagamento de inativos.

– Isto exige de nós uma administração muito austera, sobretudo no momento da crise. Tem alguma escola de samba que vai colocar o prefeito como o Judas, mas é um dever de consciência. Não tem nada a ver com o pastor – ressaltou.

Apesar de se mostrar compreensivo, o presidente da Liga das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, afirmou que o carnaval do Rio ainda precisa do apoio público.

– Eu entendo o olhar do prefeito, acho que é de gestor, mas não pode esquecer dos benefícios que os desfiles trazem para o Rio. Esse caminho de parcerias, que não fique restrito apenas à prefeitura do Rio, é um caminho que vai perdurar por um tempo. Entendemos as dificuldades da prefeitura, mas entendemos também o grande benefício cultural, econômico, social e de geração de recursos que os desfiles trazem para o Estado do Rio de Janeiro – afirmou.

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