Covas recua e anuncia uso de cloroquina em hospitais de SP
Orientação surge após divergências entre João Doria e Bolsonaro
Pleno.News - 09/04/2020 14h22 | atualizado em 09/04/2020 14h58

O prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (9) que a cidade de São Paulo adotou a cloroquina em seu protocolo de tratamento do coronavírus.
O medicamento está no centro de uma polêmica, uma vez que, mesmo em testes, virou a principal bandeira do presidente Jair Bolsonaro. Além disso, virou tema de polêmica entre o grupo do governador João Doria (PSDB), incluindo Covas, e os bolsonaristas.
– Nossos hospitais municipais vão passar a administrar também a cloroquina. Temos hoje 6 mil cápsulas. como cada paciente toma seis, já temos medicamento para tratar mil pessoas – disse Covas.
Mais medicamento deve ser adquirido pela prefeitura. O prefeito frisou que o medicamento será usado desde que o médico prescreva e que o paciente aceite.
– A cloroquina no caso do município é para o paciente dos hospitais municipais, não é medicamento para ser distribuído em rua – ressaltou Covas.
O medicamento virou alvo de uma disputa com Bolsonaro, que vem questionando o infectologista David Uip sobre se ele usou ou não a cloroquina no seu tratamento contra o coronavírus.
Doria afirmou, na quarta (8), que recomendou na última semana ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a distribuição da cloroquina na rede pública do país. A afirmação fez com que o tucano fosse alvo de ataques, incluindo do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, que chamou o governador de canalha.
Entre os bolsonaristas, a atitude foi vista como se Doria tivesse tentado se apropriar da bandeira bolsonarista.
Nesta quinta, Doria adotou tom mais ameno, sem as críticas quase diárias que faz a Bolsonaro.
O tucano afirmou que não há, no momento, nenhuma previsão de relaxamento das medidas de isolamento no estado.
*Folhapress
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