Covas pediu para “seguir seu destino naturalmente”, diz Doria
Governador de SP disse que Covas tinha "compreensão de que a doença era irreversível"
Henrique Gimenes - 16/05/2021 17h40 | atualizado em 17/05/2021 12h02
Neste domingo (16), o governador de São Paulo, João Doria, revelou que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, pediu aos médicos para não utilizar máquinas no tratamento e “seguir seu destino naturalmente”. O político tinha 41 anos e foi vítima de um agressivo câncer no sistema digestivo. Ele estava internado desde o dia 2 de maio no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
A declaração foi dada por Doria ao sair do velório de Bruno Covas.
– Ele disse, em especial ao médico David Uip, que foi médico do seu avô: quero seguir o meu destino, não quero máquinas, não quero superficialidade, não quero nada além da minha existência e do período que eu tenho que [a] cumprir – ressaltou.
O governador afirmou ainda que conversou com Covas na semana passada e que ele já tinha “compreensão de que a doença era irreversível”.
– Estive com ele na segunda-feira [10], no hospital, conversa de uma hora e vinte. Bruno estava consciente, sensível, sorriu várias vezes e ele já tinha compreensão de que a doença era irreversível. Ele teve essa informação na sexta-feira da semana passada e foi de uma grandeza extraordinária ao falar o que falou, que ia se comportar como se comportou. Só as pessoas com muita grandeza compreendem a dimensão da vida e da morte, e ele agiu exatamente como [o] avô – apontou Doria.
Segundo um boletim médico da noite da última sexta-feira (14), o quadro de Covas passou a ser considerado irreversível. Desde então, familiares do prefeito permaneceram ao lado dele no hospital até os últimos instantes de vida. Devido à gravidade da doença, ele foi mantido sob sedativos e analgésicos.
Neto do governador de São Paulo Mário Covas, Bruno seguiu os passos do avô na política. Formado em Direito e em Economia, o jovem político não chegou a ser chefe do executivo estadual, mas ocupou os cargos de deputado estadual e federal, até que, em outubro de 2016, foi eleito vice-prefeito da cidade de São Paulo, na chapa de João Doria. Ele assumiu a prefeitura em 6 de abril de 2018, após Doria renunciar para concorrer ao governo do estado.
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