Comitê Científico de SP diz que carnaval de rua é “impensável”
O secretário estadual de saúde também demonstrou preocupação com a festa
Pierre Borges - 05/01/2022 16h38 | atualizado em 05/01/2022 16h50
O Comitê Científico de São Paulo, responsável por analisar os avanços da Covid-19 no estado, disse nesta quarta-feira (5) que a realização do carnaval de rua é “impensável”. O órgão manifestou preocupação com as aglomerações geradas pela festa.
– O carnaval pode ser analisado pelos desfiles das escolas de samba, situação parecida com o que ocorre nos estádios de futebol, em que conseguimos ter controle nesse ambiente, exigindo que pessoas estejam vacinadas e com máscaras. Agora, o carnaval de rua, não temos como fazer o controle; a aglomeração é intensa. É impensável manter o carnaval nessas condições – disse João Gabbardo, secretário executivo do Comitê.
Para Gabbardo, também é preciso ter cautela quanto aos desfiles das escolas, que podem gerar aglomerações durante o transporte do público.
– Mesmo no desfile, as pessoas vão se aglomerar no transporte coletivo, no metrô, no trem, no ônibus, e isso é sempre um risco. Nesse momento, é um risco muito alto; então, tem que ser analisado com essa preocupação – acrescentou.
O secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, corroborou a declaração do secretário e chamou atenção para a frequência do desrespeito à obrigatoriedade do uso de máscaras.
– Olhando lá, para frente, pensando em qualquer condição que acumule pessoas nas ruas é preocupante. Quando vamos olhar cenários específicos, cenários controlados, seja com a vacinação, com a testagem, se isso acontecer, seremos anuentes; caso contrário, não vamos sugerir que isso possa acontecer – disse.
Mesmo com o parecer dos especialistas, na última quinta-feira (30) a prefeitura da capital paulista aprovou o desfile de 696 blocos de rua para o carnaval. Segundo a Secretaria Municipal das Subprefeituras de SP, este é o maior número de inscrições já registrado na história da cidade.
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