Cidades do interior de SP tentam evitar fase vermelha
Prefeitos questionam decisão de Doria de implementar lockdown em todo o estado
Pleno.News - 05/03/2021 17h40 | atualizado em 05/03/2021 18h17
Algumas cidades do interior do estado buscam alternativas para não cumprir integralmente o aumento de restrições determinado pelo estado de São Paulo.
O governador João Doria (PSDB) anunciou que as 645 cidades paulistas devem ficar na fase vermelha do Plano São Paulo por 14 dias a partir deste sábado (6), com funcionamento apenas de serviços essenciais e restrição de circulação a partir das 20h.
A prefeitura de Franca estuda medidas judiciais para manter o município na fase laranja. Já o prefeito de Mirandópolis, Everton Sodario (PSL), usou as redes sociais para criticar o governador e deixar claro que não pretende seguir as medidas.
O município de Franca, no nordeste do estado, esteve por um mês na fase vermelha até, nesta semana, retornar para a laranja. Segundo a assessoria, o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) considera que o município não tem indicativos para retornar à fase vermelha e só deve cumprir a determinação do estado se não encontrar meios judiciais de reverter a decisão.
Em Mirandópolis, a 595 km da capital, o prefeito Everton Sodario (PSL) manifestou-se pelas redes sociais.
– Mirandópolis não aceita lockdown, não aceita fechamento do comércio. Mirandópolis defende o direito à liberdade e ao trabalho – escreveu no Facebook.Ele também afirmou que a fiscalização age constantemente para o cumprimento de medidas sanitárias. No Twitter, Sodario foi além e referiu-se, com letras maiúsculas, ao governador como “canalha”.
De acordo com o site da prefeitura, o município de 30 mil habitantes próximo à divisa com o Mato Grosso do Sul tem 17 óbitos, 1031 casos confirmados e 1317 casos suspeitos de Covid-19.
Sodario não retornou o contato da reportagem.
A prefeitura de Ribeirão Preto, município de 711 mil habitantes que acumula 1253 óbitos, incluindo nove nas últimas 24h, deve passar a cumprir a fase vermelha.
Em entrevista coletiva na quarta-feira (3), o secretário de Saúde Sandro Scarpelini reconheceu que o município voltou a ter indicativos de fase vermelha.
Até esta sexta-feira (5), a cidade continua na fase laranja, pois na última semana não aceitou regressão para a fase vermelha, por ter considerado que, na ocasião, os índices eram equivalentes à fase laranja.
A prefeitura ainda deve definir nesta sexta-feira (5) com que restrições devem funcionar academias e salões de beleza, considerados essenciais no município.
Esses serviços também funcionam em Bauru, no centro-oeste, que acumula 407 óbitos e onde os leitos de UTI apresentam 108% de ocupação.
A prefeita Suellen Rosim (Patriota), apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, ainda não resolveu se vai cumprir integralmente as medidas determinadas pelo estado, podendo publicar novo decreto nesta sexta-feira.
Marília, que tem alta no número de mortes, deve aceitar a volta à fase vermelha.
– Depois de diversas tentativas de flexibilizar as fases do Plano São Paulo, pensando na saúde dos marilienses e, ao mesmo tempo, na economia da cidade, infelizmente por orientações, decisões e determinações (sujeito aplicação de multas) do Ministério Público e do Tribunal de Justiça, vai ter que seguir o Plano São Paulo – afirmou a administração municipal.Araraquara, que tem taxa de ocupação em UTI menor que 100% pela primeira vez em 15 dias, e Campinas, onde a taxa de ocupação também está em 90%, seguirão as determinações da fase vermelha do Plano São Paulo, adotando medidas ainda mais rígidas, como suspensão das aulas presenciais.
*EstadãoLeia também1 Após pressão popular, governo do DF afrouxa lockdown
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