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Caso Lucas Terra: Pastores são condenados a 21 anos de prisão

Julgamento foi concluído 22 anos após a morte do adolescente

Paulo Moura - 28/04/2023 08h40 | atualizado em 28/04/2023 10h17

Lucas Terra foi queimado vivo em 2001, quando tinha 14 anos Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva foram condenados, nesta quinta-feira (27), a 21 anos de prisão em regime fechado pela morte do adolescente Lucas Terra. O jovem foi queimado vivo e teve o corpo abandonado em um terreno baldio em março de 2001 na cidade de Salvador, capital da Bahia.

O julgamento, que resultou na sentença proferida pela juíza Andréia Sarmento, aconteceu mais de 22 anos após a morte do jovem. Os pastores responderam pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Na época do crime, Lucas Terra tinha 14 anos e teria sido morto após flagrar uma relação sexual entre Joel e Fernando. O garoto também teria sido estuprado.

O caso envolvendo a morte do adolescente ficou marcado pela batalha travada por anos pelo pai de Lucas, Carlos Terra, para que os acusados pelo crime fossem levados a julgamento. Primeiro suspeito apontado, o pastor Silvio Galiza foi condenado em 2004. Ele cumpriu sete anos de regime fechado e, em 2012, recebeu a liberdade condicional.

Antes de morrer de uma parada respiratória decorrente de uma cirrose hepática em 2019, Carlos escreveu um livro chamado Lucas Terra – Traído pela Obediência, obra na qual falava sobre a trajetória do filho e da busca por justiça.

Em um blog criado em 2011, amigos da família de Lucas Terra chegaram a transcrever uma lista de todos os órgãos, nacionais e internacionais, onde Carlos buscou ajuda. O rol de entidades reunia desde o Ministério da Justiça, em Brasília, até a Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça.

Um dos protestos mais famosos realizados por Carlos aconteceu em 2012, quando ele acampou na frente do Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, para cobrar celeridade da Justiça. Na ocasião, Galiza já havia sido julgado e condenado. Na época, o pai de Lucas temia que o caso prescrevesse.

Carlos também chegou a cursar até o 8° semestre de Direito em uma faculdade de Salvador para entender as leis e ajudar na acusação dos pastores quando o julgamento fosse marcado.

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