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Caso João Pedro: Perícia aponta falhas na investigação

Policiais alteraram cena do crime e transportaram provas de forma errada

Rafael Ramos - 02/08/2020 10h32

João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, foi morto em casa durante ação policial Foto: Reprodução

A perícia da morte de João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, foi comprometida por uma série de falhas apontadas durante a investigação. O adolescente foi baleado dentro da casa de um tio em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, durante uma operação da Polícia Federal com apoio das polícias Civil e Militar fluminenses.

Especialistas sinalizaram evidências obtidas, manuseadas e transportadas de forma errada, falta de preservação da cena do crime, acesso dos investigados a provas do inquérito e falhas na própria perícia. A investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI).

Os policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que atiraram dentro do imóvel onde a vítima estava, modificaram a cena do crime. O fuzil M16 calibre 556 usado pelo inspetor José Mauro Gonçalves para fazer disparos dentro da casa só foi entregue uma semana depois, junto com os estojos.

– O número de estojos coligidos à hora dos exames periciais em muito diverge dos impactos de projéteis de arma de fogo colimados por todo o cenário – analisou o perito Thiago Hermida.

Outro erro apontado por peritos foi o acesso a provas do inquérito dado a um dos investigados. O inspetor Gonçalves foi nomeado responsável pelo inquérito pelo delegado Allan Duarte. Três granadas que os policiais afirmam ter encontrado no local e que seriam provas de que havia traficantes na casa onde João Pedro foi morto foram transportadas pelo próprio inspetor até a perícia.

Em nota, o Sindicato dos Peritos Oficiais do Rio (Sindperj) disse que “as perícias em explosivos são feitas por profissionais capacitados em explosivos, mas não peritos oficiais, como determina a legislação”.

– Um exame pericial não se resume a responder a natureza do material, mas também quais os componentes utilizados, quem pode ter manipulado o mesmo, entre outras análises, que são de competência de peritos oficiais – diz parte da nota.

Os defensores públicos que representam a família de João Pedro defendem que o inquérito seja conduzido por um órgão independente. Testemunhas do crime foram apresentados ao Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Rio de Janeiro, que abriu um procedimento paralelo à investigação da DH.

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