Caso Flordelis: Senador nega que celular de pastor esteve em sua casa
Senador Arolde de Oliveira e esposa Yvelise contestam rumo da investigação
Camille Dornelles - 13/04/2020 15h14 | atualizado em 13/04/2020 15h44
O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) e sua esposa Yvelise de Oliveira irão entregar um laudo de perícia para colaborar com as investigações sobre o caso Flordelis.
O laudo será entregue à Delegacia de Homicídios de Niterói, no Rio de Janeiro, que investiga o assassinato do pastor Anderson do Carmo, esposo da deputada federal Flordelis (PSD-RJ).
De acordo com o advogado do casal, o doutor Rafael Borges, o laudo pericial contesta a conclusão da investigação de que o celular do pastor Anderson esteve na residência deles.
– Ainda nesta semana vamos entregar o laudo. Estamos com dificuldades logísticas por causa da quarentena, já que as delegacias do Rio de Janeiro estão operando apenas para situações de emergência, mas vencendo esta etapa já vamos entregar o documento – explicou ao Pleno.News.
A perícia aponta que a conclusão da investigação veio por um equívoco de um policial subordinado à antiga delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba. Esse policial produziu um laudo baseado em uma lista de ligações feitas e recebidas pelo WhatsApp do celular do pastor Anderson do Carmo até o dia de sua morte.
– Uma dessas ligações foi feita pela dona Yvelise. Ela havia salvo em seu celular o número do pastor Anderson do Carmo como sendo de sua esposa, Flordelis. E ligou para Flordelis para prestar condolências. A ligação durou menos de três minutos. A interpretação equivocada do policial foi de que, porque houve essa ligação, o chip do pastor Anderson do Carmo usou o wifi da casa da dona Yvelise e do senador Arolde. De onde ele tirou essa informação? – indagou o advogado.
Após esta conclusão, dona Yvelise foi chamada para prestar depoimento na delegacia, o que foi feito em fevereiro deste ano. Segundo o advogado, a empresária explicou o que havia acontecido, mas o rumo da investigação não foi mudado e, por isso, decidiu pedir uma perícia particular.
– Eu decidi pedir essa perícia particular em março porque eu vi que a investigação estava indo para rumos equivocados. A dona Yvelise foi lá e prestou seu depoimento, explicou tudo isso e o delegado não mudou os rumos da investigação. Chamei o melhor, que é o Ricardo Molina, e aí fizemos a perícia mês passado para mostrar que a ilação de que o celular do pastor Anderson se conectou ao wifi da casa dos meus clientes é completamente equivocada – explicou.
O CASO
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do dia 16 de junho do ano passado, na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da virilha. Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada federal pelo Rio de Janeiro.
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