Casal teria premeditado crime para receber simpatia de fiéis
A decisão judicial também declarou que eles voltaram à cena do crime
Camille Dornelles - 21/06/2018 11h41 | atualizado em 21/06/2018 12h09
A decisão judicial que pediu a prisão da pastora de Linhares, Espírito Santo, afirmou que o homicídio dos meninos Kauã, de 6 anos, e Joaquim, de 3, foi premeditado pelo casal Juliana Salles e George Alves.
– George, em parceria com a pastora Juliana, buscava uma ascensão religiosa e aumento expressivo de arrecadação de valores por fiéis e, para esta finalidade, ceifou a vida dos menores Kauã e Joaquim para se utilizar da tragédia em seu favor – declarou o juiz André Bijus Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares.
Dadalto é o responsável pelo pedido de prisão da mãe dos meninos que, segundo conclusões da investigação, sabia que eles eram abusados pelo dito pastor. A hipótese da premeditação veio por alguns fatores, especificados no documento do juiz.
- Juliana apoiava George “em ascender na igreja, angariando fiéis e, assim, qualidade de vida financeira até então não experimentada por eles”.
- Contradição entre os depoimentos prestados por Juliana e os laudos e relatórios de conversas entre ela e George por telefone.
- Uma mensagem de Juliana para George que dizia: “eu não estou preparada para dar errado”.
- Relatos de que os dois voltaram à cena do crime, “jogaram objetos no quarto das crianças e retiraram quase todos os objetos da mesma, inclusive lençóis e demais roupas de cama, entregando-os a terceiros para serem lavados”.
O documento do juiz tem quatro páginas e foi expedido na segunda-feira (18). A prisão de Juliana Salles foi cumprida nesta quarta (20). George Alves está preso desde o dia 28 de abril e o Ministério Público quer que seu mandado passe de prisão temporária para preventiva.
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