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Carrefour: Histórico tem morte de animal e até corpo ignorado

Rede de hipermercados tem diversos casos polêmicos ao longo dos últimos anos

Paulo Moura - 21/11/2020 13h44 | atualizado em 25/11/2020 13h11

Cão agredido e morto e corpo abandonado são casos polêmicos do Carrefour Foto: Reprodução

A morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, na noite de quinta-feira (19) em uma unidade do Carrefour na cidade de Porto Alegre (RS) não foi o primeiro episódio polêmico envolvendo a rede de hipermercados francesa.

No histórico do grupo constam casos de grande repercussão como o envenenamento e morte da cadela Manchinha em Osasco (SP), o óbito ignorado de um promotor de vendas em uma unidade no Recife (PE) e até questões trabalhistas como o controle da ida de funcionários ao banheiro em São Paulo.

Confira abaixo alguns dos casos envolvendo o Carrefour que ganharam grande repercussão pelo país e chamaram a atenção para a conduta praticada pela rede:

CASO MANCHINHA

Cachorro espancado no Carrefour, em novembro de 2018 Foto: Reprodução

O caso aconteceu em dezembro de 2018, quando a cadela Manchinha, que estava no estacionamento de uma das lojas da empresa, em Osasco (SP), morreu depois de ser envenenada e espancada por um funcionário do grupo.

– Um segurança do Carrefour que matou o cachorro. Ia ter uma visita de supervisores da matriz e o dono do mercado, da filial de Osasco, pediu para o funcionário dar um fim no cachorro. Ele deu chumbinho no meio de mortadela, e agrediu o cachorro – disse Rafael Leal, da ONG Cão Leal, na ocasião.

Na época, Rafael também relatou que a rede de hipermercados não socorreu o animal e que Manchinha teria sido levada ainda com vida para um veterinário, mas não resistiu aos ferimentos.

– O cachorro foi resgatado com vida todo ensanguentado por uma pessoa que estava perto e socorreu. Ele foi levado para uma clínica veterinária particular, mas morreu em atendimento – afirmou.

MORTE IGNORADA DENTRO DE UMA UNIDADE CARREFOUR

Corpo de funcionário morto foi coberto por guarda-sóis no Carrefour Foto: Reprodução

No dia 14 de agosto deste ano, um promotor de vendas do Carrefour faleceu enquanto trabalhava em uma unidade do grupo, em Recife (PE). Na ocasião, a unidade sequer teve as portas fechadas e continuou funcionando mesmo com o corpo estendido no chão da filial.

O corpo de Moisés Santos, de 53 anos, foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas, para que a loja seguisse em funcionamento e permaneceu no local entre 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML).

À época, o Carrefour pediu desculpas “em relação à forma inadequada que tratou o triste e inesperado falecimento do Sr. Moisés Santos, vítima de um ataque cardíaco” e afirmou que errou ao não fechar a loja imediatamente após o ocorrido. A atitude da loja foi alvo de uma série de críticas nas redes.

CONTROLE DA IDA DE FUNCIONÁRIOS AO BANHEIRO
A Justiça do Trabalho de São Paulo concedeu liminar pedida pelo Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região contra o Carrefour, que estaria controlando a ida dos empregados ao banheiro. O caso aconteceu em maio de 2019.

A juíza Ivana Meller Santana, da 5ª Vara do Trabalho de Osasco, identificou condições consideradas degradantes para os trabalhadores. De acordo com o Sindicato dos Comerciários, nas sedes de sete cidades paulistas os operadores de atendimento e de telemarketing são obrigados a utilizar “filas eletrônicas” para o uso do banheiro.

Além disso, os colaboradores ainda deveriam manifestar necessidade do uso, registrando o nome no sistema eletrônico de fila e avisar ao supervisor em caso de urgência.

– Este tempo de espera pode acarretar prejuízos à saúde do trabalhador. Isto sem relatar o constrangimento de precisar explicar ao monitor/supervisor as suas necessidades fisiológicas, eventuais problemas intestinais ou estomacais, ou os relativos ao ciclo feminino – disse a juíza na decisão.

DEMISSÃO PARA RETALIAR FUNCIONÁRIOS
Em dezembro de 2017, trabalhadores do Carrefour que reivindicavam benefício de remuneração por trabalho em feriados foram demitidos da empresa, com a justificativa de corte de gastos.

– Na verdade a empresa nunca teve cortes às vésperas do Natal e Ano Novo. Em 12 anos de casa, nunca vi isso acontecer. Como sempre bati minhas metas, portanto, gerava lucros, fica explícito o motivo de retaliação a fim de desestabilizar o movimento, sim – contou um ex-funcionário, na época.

Colaboradores que trabalharam durante os feriados de novembro de 2017 receberam apenas R$ 30 por dia trabalhado, menos da metade do que recebiam antes. Um empregado que recebe R$ 1.290 por mês, ou R$43 por dia, deveria receber R$ 86 por feriado, já que a diária era dobrada nesses dias.

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