Ana Luiza Menezes - 17/04/2018 21h33 | atualizado em 18/04/2018 15h01

O ex-governador Sergio Cabral está entre as 26 pessoas que foram denunciadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. As acusações incluem corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Atualmente, Cabral é réu em 22 ações penais da Lava Jato, tanto no Rio de Janeiro, na 7ª Vara Federal Criminal, quanto em Curitiba, na 13ª Vara Federal Criminal, do juiz Sérgio Moro. Se a Justiça acolher a nova denúncia, será o 23º processo contra ele.

As acusações fazem parte da Operação Pai Nosso, que surgiu no último mês, revelando uma organização que seria chefiada por Cabral no que diz respeito aos contratos da Secretaria de Estado e Administração Penitenciária (Seap).

O ex-governador teria cometido corrupção passiva, segundo o Ministério Público Federal (MTF), da qual a força-tarefa faz parte. Ele é acusado de aceitar propina de R$ 1 milhão oriunda de fraudes em contratos da Seap.

As investigações surgiram após suspeitas no projeto Pão-Escola, que visa a ressocialização dos detentos. O estado do Rio era o fornecedor dos insumos para a produção de pães e os presos tinham que realizar a mão de obra. Isso gerava um custo muito baixo para a empresa Induspan cujo contrato foi rescindido por irregularidades.

O dono da Inpuspan é Carlos Felipe Paiva, que também está entre os denunciados pela investigação. Após a quebra do contrato da antiga empresa, ele criou uma nova, chamada Oscip Iniciativa Primus, para continuar no esquema de fornecimento dos lanches para os presídios do Rio de Janeiro.

A alimentação fornecida por ambas as empresas estava acima dos preços do mercado. Estima-se que o dano causado à Seap seja de R$ 23,4 milhões.

“O esquema criminoso instalado na Seap reflete mais um dos inúmeros braços dessa imensa organização criminosa instalada no Estado do Rio de Janeiro e chefiada pelo então governador Sérgio Cabral”, afirmam os procuradores do MPF.

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