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Brumadinho: Sirenes intactas contrariam discurso da Vale

Ao contrário do que disse Fabio Schvartsman, lama não destruiu as sirenes

Ana Luiza Menezes - 06/02/2019 16h49 | atualizado em 07/02/2019 15h36

Devastação em Brumadinho Fotos: EFE/Antonio Lacerda

Segundo informações da Folha de S. Paulo, as sirenes que ficavam perto das áreas afetadas pela lama da barragem em Brumadinho não foram engolfadas ou destruídas pelos rejeitos, como tinha afirmado o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, no último dia 31. Por ainda estarem intactas, elas contrariam o argumento oficial da companhia sobre a razão de os trabalhadores não terem sido alertados a tempo sobre a tragédia.

As sirenes ficam no bairro rural chamado Parque da Cachoeira, onde já foram encontrados pelo menos dez corpos. Apesar de não terem funcionado para alertar do acidente, elas tocaram dois dias depois, na madrugada de 27 de janeiro, em um falso alerta de rompimento de outra barragem da mineradora na região.

– Quando era para funcionar, não funcionou. Só foi ligar no domingo. Era um som contínuo, longo, e depois uma gravação dizendo para se abrigar – disse um morador, que perdeu sua plantação de mandioca.

A empresa voltou a se pronunciar, afirmando que o alerta era acionado manualmente por uma central que fica fora da mina do Córrego do Feijão. Entretanto, o responsável, que trabalhava no Centro de Controle de Emergências e Comunicação (Cecom), Maurício Lemes, morreu na tragédia, assim como os encarregados de avisá-lo.

Procurada na terça-feira (5), a Vale se limitou a informar que ainda apura as causas que impediram o sistema de ser acionado. Segundo o engenheiro Moacyr Duarte, consultor na área de análise de risco e planejamento de emergência, o plano da companhia era feito para um cenário de ruptura lenta e não catastrófica.

De acordo com o site G1, a mineradora soube que havia um problema nos sensores da barragem dois dias antes do rompimento. Porém, o engenheiro Makoto Namba, que assinou um laudo atestando que havia estabilidade no equipamento, disse que se sentiu pressionado diante do risco de perder o contrato de trabalho. Ele trabalha para a TÜV SÜD, que é uma das empresas ligadas à segurança da barragem.

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