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Blocos de rua têm quadrilhas infiltradas e risco de tiroteios

Em 2019 foram registrados mais de 2 mil roubos só em São Paulo

Camille Dornelles - 21/02/2020 17h49 | atualizado em 21/02/2020 18h02

Policiais fazem vistoria em blocos de rua Foto: Divulgação/PMESP

Nesta sexta-feira (21) começa o feriadão de carnaval, época de folia para alguns, mas de muito trabalho para os policiais. A cidade do Rio de Janeiro terá mais de 5 mil agentes de plantão para os blocos e São Paulo, que espera receber 15 milhões de pessoas, terá 15 mil.

O Pleno.News fez um levantamento baseado em números das polícias Militar e Civil de estados que abrigam milhões de foliões: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. E aponta os principais crimes que ocorrem nestes dias.

As corporações dos estados emitiram alertas para os moradores sobre possíveis crimes dentro dos blocos. O major do Exército Brasileiro Marcos D. Ribeiro falou ao Pleno.News sobre os riscos de eventos com grande aglomeração de pessoas na rua.

– O risco de grandes eventos nas ruas e espaços públicos está na dificuldade de controle da entrada e saída de pessoas – declara.

Ele também elencou os crimes de maior incidência durante o carnaval.

– Os delitos mais frequentes são os furtos e roubos de celulares e a importunação sexual contra as mulheres. Mas existe também risco de arrastões, furtos e roubos de pedestres e motoristas – aponta.

Criminosos atuam em blocos de carnaval pelo Brasil Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

Para tentar diminuir as ocorrências, a Polícia Militar apreende armas de qualquer natureza, copos e garrafas de vidro, substâncias tóxicas, guarda-chuvas e objetos cortantes ou pontiagudos e fogos de artifícios dentro dos blocos. Veja dados dos crimes.

FURTOS E ROUBOS
Em 2019, mais de 2 mil casos de roubos foram registrados na capital paulista. No Rio de Janeiro, no mesmo ano, foram mais de 5 mil ocorrências. A capital mineira, Belo Horizonte, registrou 2,5 mil furtos em 2019.

Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, espera-se que o número de crimes aumente em 600% entre esta sexta-feira (21) e a próxima quarta. Em São Paulo já foram feitas 413 prisões e a corporação paulista espera aumento de 700% do número habitual de boletins de ocorrência por furtos na época de carnaval.

QUADRILHAS INFILTRADAS
Para 2020, denúncias apontam para a ação organizada de quadrilhas especializadas em furtos de celulares. O Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (GARRA) da Polícia Civil de São Paulo realiza ações com agentes infiltrados para identificar os criminosos.

Números do Garra apontam para a recuperação de 5.400 celulares furtados durante o carnaval 2019 e 5.471 em 2018. O major Ribeiro explica como os policiais identificam criminosos.

– Os agentes precisar ficar atentos para pessoas que ficam dispersas como “quem não quer nada”, somente acompanhando para ver quem vai ser a próxima vítima – afirma.

DROGAS
A Polícia Civil do Rio de Janeiro alertou para criminosos que se passam por ambulantes para vender bebidas adulteradas com o “boa noite, Cinderela”. Um caso que está sendo investigado foi registrado pela 5ª DP da capital sobre uma droga apelidada de “droga zumbi”. A vítima foi dopada, teve pertences e dinheiro do banco roubados.

A Polícia Civil de São Paulo informou que a Operação Folia prendeu seis pessoas nesta quinta-feira (20) por porte de diversas drogas, como ecstasy, LSD, cocaína e maconha. No dia anterior, agentes de Minas Gerais interceptaram um grupo com 170 porções de drogas, entre pedras de crack e maconha, que seriam traficadas no carnaval. Elas seriam vendidas por dois adolescentes de 15 anos.

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Este é o segundo ano em que há uma Lei de Importunação Sexual em vigor. A legislação pune qualquer ato não consentido, como beijar ou agarrar alguém à força. As denúncias anônimas podem ser feitas pelo Disque 100 e Disque 180.

Como não eram tipificados como crimes antes, os casos de importunação sexual de 2018 para trás podiam ser registrados como tentativas de estupro, mas as corporações têm dificuldades para enumerar as denúncias. Além disso, os casos precisam ser denunciados e os canais de denúncia foram pouco utilizados no ano de 2019, quando a lei entrou em vigor.

No Brasil, no ano passado, foram feitas 92 denúncias por importunação. O estado com maior quantidade de ocorrências foi Minas Gerais, com 41 relatos.

TIROTEIO
Com a entrada de armas de fogo nos blocos há também o risco de tiroteios. No último fim de semana, um bloco de carnaval na Berrini, capital de São Paulo, terminou com cinco pessoas presas pela Polícia Civil por causa de um tiroteio. A confusão começou por causa de um assalto à mão armada que provocou a troca de tiros e corre-corre entre os participantes.

No Rio de Janeiro, também no fim de semana, um bloco de carnaval em Ramos terminou em tiroteio e tragédia. Um jovem de 22 anos identificado como Leonardo Gomes de Oliveira faleceu na noite de sábado (15). A prefeitura da cidade se manifestou sobre o caso e afirmou que o bloco não tinha autorização para funcionar. Duas pessoas também faleceram após um bloco no estado do Rio de Janeiro.

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