Leia também:
X Malafaia: ‘Gays não respeitam valores religiosos das pessoas’

Bisavó é presa por enterrar menina recém-nascida viva

Mulher pensou que criança estivesse morta e seguiu os costumes da comunidade indígena

Henrique Gimenes - 06/06/2018 16h49 | atualizado em 08/06/2018 16h00

A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (6), a bisavó da bebê índia recém-nascida que foi enterrada viva e resgatada nesta terça-feira (5). O caso aconteceu na cidade de Canarana, no Mato Grosso. As informações foram dadas pelo portal G1.

De acordo com a polícia, a bebê ficou enterrada por cerca de seis horas em uma cova com 50 centímetros de profundidade. A criança foi levada com vida ao Hospital Regional de Água Boa, onde está internada com quadro estável.

De acordo com a publicação, a bisavó da criança, Kutz Amin, de 57 anos, disse que a menina não chorou após o parto e, por conta disso, ela pensou que estivesse morta. Seguindo os costumes da comunidade indígena, ela enterrou o corpo no quintal e não comunicou as autoridades. Uma denúncia anônima permitiu que a polícia encontrasse a menina. O major João Paulo Bezerra, que participou do resgate, afirmou que foi um milagre.

– Foi um milagre para todos nós policiais que estávamos lá. Todos ficaram estarrecidos na hora. Nós acreditávamos que a criança estava morta, até pelo tempo que havia se passado. Começamos a cavar onde a bisavó apontou e, para nossa surpresa, ouvimos o choro da criança e continuamos a cavar mais rápido para retirar a criança e levá-la diretamente ao hospital – explicou.

De acordo com Damares Alves, representante da ONG ATINI, a mãe da criança é de uma etnia do Parque Nacional do Xingu onde não se permite mães solteiras. Damares explicou ainda que as mães sofrem ao enterrar as crianças, mas atendem ao costume.

A família diz que a mãe da criança, de 15 anos, teria tido a bebê no banheiro de casa, mas que ela caiu e bateu a cabeça após nascer. A mãe está com um quadro de saúde debilitado e com hemorragia. A bisavó foi autuada por tentativa de homicídio. O caso é acompanhado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

Veja o vídeo do resgate (IMAGENS FORTES):

POLICIAIS SÃO HOMENAGEADOS
Os cinco policiais militares que resgataram a bebê indígena da etnia Kamayurá ganharam uma menção honrosa no Palácio Paiaguás, sede do governo de Mato Grosso, e foram recebidos pelo governador Pedro Taques (PSDB).

De acordo com o governo, a honraria irá constar na ficha funcional dos servidores e pode influenciar na progressão de carreira.

Além dos PMs, os policiais civis Dicson Danillo Souza Moura e Patrícia Gouveia Franco, que participaram do resgate da criança, também receberam homenagens.

ESTADO DE SAÚDE DA CRIANÇA PIORA
O estado de saúde da recém-nascida piorou entre a noite desta quinta-feira (7) e a manhã desta sexta (8). Segundo o boletim médico, a criança teve insuficiência respiratória e, por causa disso, foi entubada e respira com a ajuda de aparelhos. Ela também teria apresentado sangramento digestivo, infecção e deverá passar por uma cirurgia.

A bebê permanece em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, em Mato Grosso.

*Atualizada em 08/06 às 14h56

Leia também1 Pastor é morto por crocodilo ao realizar batismo em lago
2 Avô manobra carro e mata neta de 1 ano atropelada

Siga-nos nas nossas redes!
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.