Gabriela Doria - 07/05/2019 21h42 | atualizado em 08/05/2019 10h04

A Polícia Civil divulgou as mensagens trocadas entre o empresário Jorge Sestini e o dono da marina onde o barco do casal estava ancorado, na véspera do acidente em Ilhabela. Nos áudios, é possível confirmar o depoimento de Lenildo Oliveira, que contou que fez vários alertas ao empresário para que ele não retornasse no domingo.

Esta informação foi fundamental para a polícia decidir indiciar Sestini pelo homicídio culposo da esposa, porque ele teria sido negligente.

Leia trechos dos áudios:

Lenildo: “Fala Jorge, tudo bom? Dá uma olhadinha aí. Se puder se antecipar, o tempo vai ficar feio. Já mandaram um alerta lá de Itanhaém. O canal por aqui, ali por trás da ilha, está ficando ruim, tem cliente nem conseguindo navegar ali. Então, fica esperto aí. Abraço.”

Jorge: “Valeu, Magrão! Valeu pela preocupação, por cuidar da gente. Tranquilo, eu estou aqui no canal já, devo chegar aí umas 17h30 mais ou menos. Valeu!”

A última mensagem enviada por Lenildo foi por volta das 17h15. Ele não obteve resposta.

Lenildo: “Fala Jorge, tudo bom? O negócio está feio, cara. O canal fechou, tá feio, e não tem previsão de terminar isso tão cedo. É bom você nem tentar atravessar o canal porque afundou barco no canal. Então, é melhor você pernoitar por aí mesmo e amanhã, se o tempo tiver legal, você sai mais cedo e vem embora. Porque hoje está feio o negócio. É melhor você ficar para vir amanhã, na hora que der uma melhorada. Me confirma aí, um abraço.”

INDICIAMENTO
Nesta segunda-feira (6), a Polícia Civil decidiu indiciar o marido de Caroline Bittencourt, Jorge Sestini, por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Para o delegado Vanderlei Pagliarini, responsável pelo caso, o empresário assumiu o risco ao navegar com mau tempo.

A decisão foi tomada após ouvir os depoimentos do dono da marina onde estava o barco do casal e do marinheiro que salvou o empresário.

Pagliarini acredita que Sestini arcou com o risco ao decidir navegar, mesmo após advertências sobre uma possível tempestade. O delegado acredita que houve conduta negligente.

– Sabedor do mau tempo que assolava naquele momento a região, especialmente para quem se encontrava a bordo de embarcações de pequeno porte, expressamente advertido a esse respeito, resolveu por lançar-se ao mar, não providenciando ao menos que a vítima utilizasse um colete salva-vidas, como lhe competia, negligência indiscutível que remete aos fundamentos dos delitos culposos – argumentou o delegado no inquérito.

A partir de agora, Sestini será intimado a depor na Polícia Civil de São Paulo. Na ocasião, ele será formalmente notificado do indiciamento.

Jorge Sestini ainda não se pronunciou sobre o inquérito.

MORTE DE CAROLINE BITTENCOURT
No último domingo de abril (28), Caroline e o marido, Jorge Sestini, estavam em um barco em Ilhabela quando foram atingidos por um vendaval. A modelo teria pulado no mar para resgatar o cachorro do casal, que havia caído na água por causa dos ventos. Por causa da violência dos ventos e das ondas, a modelo não conseguiu retornar ao barco.

O marido também pulou na água, mas não viu mais a esposa. Ele foi resgatado por um marinheiro após cinco horas na água.

O corpo de Caroline foi encontrado na tarde do dia seguinte, na segunda (29), no litoral de São Paulo.

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