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Ataques a escolas no ES: Quatro vítimas estão em estado grave

Atirador deverá ser indiciado por homicídio qualificado

Pleno.News - 27/11/2022 10h08 | atualizado em 28/11/2022 12h48

Escola Primo Bitti, em Aracruz Foto: Reprodução/Vídeo redes sociais

Quatro vítimas, entre elas duas crianças, seguem internadas em estado grave, em decorrência do ataque a duas escolas realizado por um adolescente armado de 16 anos na sexta-feira (25) em Aracruz, no Espírito Santo. A professora Flávia Amboss Merçon, de 38 anos, tornou-se neste sábado (26), a quarta vítima a ir a óbito.

Antes da confirmação da quarta morte, a polícia havia informado que o jovem deveria ser indiciado por ato infracional análogo a três homicídios qualificados e dez tentativas de homicídio.

O pai do adolescente, em entrevista ao Estadão, afirmou que o filho fez “algo terrível” e que vai pedir desculpas às famílias das vítimas em “momento oportuno”.

– Meu filho cometeu algo terrível, que nunca poderia ao menos imaginar – comentou ele, que é tenente da Polícia Militar capixaba.

O governo confirmou que o jovem usou no ataque duas armas pertencentes ao pai, uma delas de propriedade da PM.

COMOÇÃO
Desde a noite de sexta (25), flores e velas são deixadas na porta da Escola Primo Bitti, primeiro local invadido pelo atirador, no pacato bairro de Coqueiral de Aracruz. Os sentimentos de tristeza e indignação eram um lugar comum entre os presentes e a comunidade ao longo do sábado.

Logo na chegada à cidade, era possível ver a fila de carros que se formava em frente à capela que abrigava o velório da estudante Selena Sagrillo, de 12 anos. Entre os muitos presentes, chamou a atenção a quantidade de adolescentes vestindo roupas pretas e acompanhados de seus pais.

Uma delas, Maria Eduarda Oliveira Vervloet, de 11 anos, era amiga e colega de classe e contou como tudo aconteceu.

– Eu estava em uma sala embaixo de onde o assassino estava. Ouvi o barulho dos tiros, olhei e vi o assassino. Uma das coordenadoras que estava comigo também foi ver o que era e voltou correndo, com cara de assustada, e levou a gente com pressa para um clube vizinho da escola. Fiquei com muito medo e não quero mais voltar – comentou ao lado da mãe, Renata Curto, de 47 anos.

A mãe correu para o local quando soube do atentado por meio de um aplicativo de mensagens e reitera a vontade da filha.

– Muito difícil voltar. Foi um trauma muito grande e os pais não se sentem seguros – afirmou.

De acordo com Simoni Bianchini, mãe de um dos sobreviventes e ex-professora da escola, faltam palavras para descrever o que aconteceu.

– A gente está sem palavras para explicar o que aconteceu em um bairro tão tranquilo. A gente sempre teve alguns problemas na escola, coisas comuns de estudantes, mas nada nem perto disso. O que a gente viu ontem (sexta) não. Entrei em pânico – disse.

Desolação também foi vista no velório de Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, de 48 anos, uma das professoras mortas no ataque. O viúvo Wellington Banhos contou que soube do ataque por meio da filha de apenas 7 anos.

– Minha filha mandou mensagem para mim, fui ao hospital para verificar e fui para a escola. Porém lá, eu queria ver ela, abraçar ela. Mas não consegui – disse.

Não foram divulgadas informações sobre o velório da professora Cybelle Passos Bezerra Lara, de 45 anos.

*AE

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