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Anestesista é hostilizado por presos na chegada ao presídio

Detentos sacudiram grades, vaiaram e xingaram Giovanni Quintella como forma de protesto pela chegada dele

Paulo Moura - 13/07/2022 07h39 | atualizado em 13/07/2022 12h01

Giovanni Quintella foi preso em flagrante Foto: Reprodução/TV Globo

A chegada do anestesista Giovanni Quintella ao presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, que fica na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi marcada por muito hostilidade por parte dos detentos do local na noite desta terça-feira (12). De acordo com a TV Globo, os presos sacudiram grades, vaiaram e xingaram o médico como forma de protesto pela chegada dele.

Quintella, que foi preso na madrugada desta segunda (11) após ser filmado estuprando uma mulher que passava por uma cesariana, foi enviado para o local pelo fato de Bangu 8 ser a cadeia que recebe presos com curso superior. Apesar disso, ele ficará em uma cela sozinho.

Além de responder pelo caso no qual foi flagrado na gravação em vídeo, o anestesista é investigado por mais cinco possíveis atos similares cometidos nas unidades em que trabalhou, entre elas o próprio Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, onde a equipe de enfermagem conseguiu gravá-lo.

Na tarde desta terça, o médico teve sua prisão convertida de flagrante para preventiva. Ele passou por uma audiência de custódia realizada na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, para onde foi levado no fim da tarde de segunda.

– A gravidade da conduta é extremamente acentuada. Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Portanto, sequer a presença de outros profissionais foi capaz de demover o preso da repugnante ação – ressaltou a juíza Rachel Assad.

Com a decisão, Quintella agora ficará preso por tempo indeterminado, tendo sua situação reavaliada caso ultrapasse 90 dias. A Polícia Civil, por sua vez, dará andamento ao inquérito policial que será entregue, ao ser concluído, para o Ministério Público. O MP, por sua vez, é quem decidirá se realiza, ou não, a denúncia do anestesista.

SOBRE O CASO
O anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante, na madrugada de segunda, por estuprar uma paciente enquanto ela estava dopada e passava por uma cesariana em um hospital na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

As suspeitas sobre Giovanni começaram após profissionais de saúde notarem que ele utilizava uma quantidade anormal de anestesia nas pacientes. Além disso, a equipe de enfermagem percebeu, em outros procedimentos, movimentações corporais incomuns feitas por ele durante as cirurgias. Com isso, a equipe resolveu colocar um celular para gravar o que Giovanni fazia.

Foi então que, na gravação que chegou aos policiais, o anestesista foi flagrado colocando o pênis na boca de uma paciente enquanto participava do parto dela. A delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, que realizou a prisão, destacou a importância da atuação dos profissionais de saúde para que Giovanni fosse detido.

– É importantíssimo nós destacarmos a atuação de uma equipe de enfermagem do Hospital da Mulher aqui de São João de Meriti, cidadãos e profissionais de saúde exemplares, que notaram, em outras cirurgias, o movimento do corpo do médico, do autor do crime. E, para que houvesse uma prova, eles decidiram posicionar um telefone celular de uma forma que não se visse – ressaltou.

Em nota, a Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde afirmaram que repudiam a conduta do médico e estão colaborando com a investigação. Além disso, as duas instituições informaram que uma sindicância seria aberta para tomar as medidas administrativas.

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