AM compra 28 respiradores impróprios em adega
Aparelhos não funcionam para pessoas com Covid-19
Gabriela Doria - 20/04/2020 18h48 | atualizado em 20/04/2020 19h08
O governo do estado do Amazonas gastou R$ 2,9 milhões em 28 ventiladores pulmonares que, posteriormente, foram considerados “inadequados” pelo Conselho Regional de Medicina para tratar pacientes com Covid-19. Documentos mostraram que a empresa que vendeu os equipamentos é, na verdade, uma loja especializada em vinhos e que o valor unitário de cada aparelho saiu até quatros vezes mais caro do que o praticado no mercado.
A transação foi feita em 8 de abril e, devido ao estado de calamidade, não foi necessária licitação do contrato. A compra foi questionada pelo Ministério Público de Contas.
Documentos mostram que foram comprados 24 ventiladores da marca Resmed, ao custo de R$ 104,4 mil cada um. No mercado brasileiro e no exterior, o mesmo ventilador é comercializado a R$ 25 mil, o que configura um sobrepreço de 316%.
Outros quatro aparelhos da marca Phillips foram comprados na adega, e cada um custou R$ 117,6 mil. Normalmente, os mesmos respiradores são vendidos a R$ 38 mil. A diferença é de 209,4%.
Em nota, o governo do Amazonas garantiu que a compra foi legal e seguiu as normas públicas. O governo também disse que as empresas aumentaram o valor dos respiradores por causa da demanda da pandemia.
O Ministério Público de Contas está investigando o caso.
Leia também1 RJ: Hospitais de campanha estão sob suspeita de fraude
2 Gestão Witzel pode ser alvo de CPI por gastos com a Covid-19
3 Gestão Doria poupa de sanções empresas suspeitas em obras