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Advogado de Flordelis diz que pedirá anulação do julgamento

Rodrigo Faucz apontou duas causas que justificariam anulação da sessão do Tribunal do Júri

Paulo Moura - 13/11/2022 15h33 | atualizado em 14/11/2022 15h02

Advogado Rodrigo Faucz Foto: TJRJ/Brunno Dantas

O advogado Rodrigo Faucz, que atua na defesa da ex-deputada federal Flordelis, afirmou que pedirá a anulação da sessão do Tribunal do Júri que resultou na condenação da ex-parlamentar a 50 anos e 28 dias de prisão pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo. A declaração foi feita por ele neste domingo (13), após o final do julgamento.

– Tem duas nulidades absolutas no decorrer deste último dia. Então, vamos recorrer, obviamente, para que o júri seja anulado em relação à Flordelis – disse Faucz.

Uma das questões que justificaria a anulação do julgamento, de acordo com Faucz, seria a utilização, pelo Ministério Público (MP), de um documento que não estaria no processo e ao qual a defesa não teria tido acesso. Tal fato aconteceu durante a sustentação oral do MP, já no fim da noite de sábado (12).

O outro motivo elencado pelo advogado seria uma menção ao silêncio dos réus, em prejuízo deles, feita por um assistente da acusação. Tal fato é proibido pelo Código de Processo Penal, sob pena de nulidade do julgamento. Aos jornalistas, Faucz disse também que já esperava a condenação de Flordelis por causa da opinião pública.

– Como tínhamos dito no decorrer do julgamento, era uma condenação esperada, tendo em vista que a opinião pública estava majoritariamente contrária a ela. Obviamente que isso impacta os jurados, até por que são seres humanos – declarou.

SOBRE O JULGAMENTO
Flordelis foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pelo assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, ocorrido em 16 de junho de 2019 na garagem da casa em que a família morava, em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

O julgamento, iniciado às 9h da última segunda-feira (7), acabou às 7h20 deste domingo (13). Flordelis foi julgada pelo Tribunal do Júri, composto por sete jurados (três mulheres e quatro homens) sorteados entre cidadãos previamente alistados, sob o comando da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói.

Segundo o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ), responsável pela acusação, Flordelis e familiares próximos dela estavam descontentes com a conduta do pastor, que gerenciava a carreira da pastora e cantora e administrava o dinheiro, e por isso decidiram matá-lo.

Além de Flordelis, também foram julgados quatro familiares dela: Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis; Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis; Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis; e André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis. Só Simone foi condenada, com uma pena de 31 anos e 4 meses. Os demais foram absolvidos.

Com depoimentos de acusação e defesa de filhos biológicos, adotivos e afetivos, confrontos entre defesa e a juíza e uma narrativa marcada por acusações de abusos sexuais transformada em tese da defesa, o julgamento de Flordelis se estendeu por quase uma semana.

Foi o terceiro júri sobre o assassinato do pastor Anderson do Carmo, que até então já tivera seis condenados – todos ligados, direta ou indiretamente, à extensa família de Flordelis. Familiares que testemunharam em defesa da ex-deputada relataram supostos abusos de Anderson contra Simone.

Já as testemunhas da acusação negaram ter conhecimento de que Anderson cometesse abusos sexuais. Algumas apontaram o que consideraram indícios de que Flordelis queria matar o marido, inclusive tentando envenená-lo.

Em seu depoimento no Tribunal do Júri de Niterói – quando só aceitou responder a perguntas da defesa – Flordelis chorou continuamente e negou ter sido a mandante do assassinato ou de tentativas de envenenar o marido. Ela disse que o amava e que era dependente dele, inclusive para o sucesso do mandato como deputada federal.

Depois, relatou, as agressões se davam durante as relações sexuais do casal. Segundo ela, o marido só conseguia chegar às “vias de fato” se a machucasse. Depois, tratava-a com carinho, como se nada tivesse acontecido.

*Com informações AE

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